O representante comunista falava aos jornalistas à saída de uma reunião na sede nacional do MPLA, em Luanda, entre o cabeça-de-lista do partido, João Lourenço, e observadores internacionais de "partidos amigos", convidados para testemunharem as eleições gerais de quarta-feira, audiência em que participou também um representante do PSD português, o secretário-geral-adjunto do partido Luís Vales.

"Salientamos que o nosso testemunho será muito importante, na medida em que em Portugal há alguns setores políticos e alguns setores da comunicação social que transmitem uma opinião e uma informação sobre Angola e sobre a República angolana que não é verdadeira e que, portanto, distorce a realidade", afirmou António Filipe.

Para o comunista, será de "grande importância para a opinião pública portuguesa" o "testemunho de portugueses nestas eleições", que "possam em Portugal transmitir aquela que é a realidade do processo político angolano e as características de democraticidade".

"Verifica-se que há um ambiente de liberdade, de democraticidade, de participação cívica neste processo eleitoral, que é minha convicção de que se manterá durante o dia das eleições e após o dia das eleições", insistiu.

O comunista acrescentou que, pelo que viu nos últimos dias de campanha em Luanda, o povo angolano "está de facto empenhado no processo democrático no seu país e em reforçar a democracia no seu país", e o "ato eleitoral será um testemunho disso".

"Eu creio que é muito importante dar esse testemunho em Portugal, na medida em que sabemos que há alguns órgãos de comunicação social que estão muito empenhados em dar em Portugal, em transmitir em Portugal uma realidade de Angola que não corresponde à verdade", rematou.

De Portugal participam ainda como observadores das eleições representantes do PS e do CDS-PP.

Às eleições gerais angolanas concorrem o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), o Partido de Renovação Social (PRS), a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a Aliança Patriótica Nacional (APN).

A Comissão Nacional Eleitoral de Angola constituiu 12.512 assembleias de voto, que incluem 25.873 mesas de voto, estando 9.317.294 eleitores em condições de votar.

A Constituição angolana aprovada em 2010 prevê a realização de eleições gerais a cada cinco anos, elegendo 130 deputados pelo círculo nacional e mais cinco deputados pelos círculos eleitorais de cada uma das 18 províncias do país (total de 90).

O cabeça-de-lista pelo círculo nacional do partido ou coligação de partidos mais votado é automaticamente eleito Presidente da República e chefe do executivo.

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