O general falava numa comemoração ao dia do Exército no país sul-americano, no Quartel-General em Brasília, em frente ao qual milhares de apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro acamparam após as eleições de 2022 para exigir um golpe de Estado contra a vitória eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva.

Desde que assumiu o comando do Exército, no ano passado, o Tomás Paiva mudou o discurso adotado no Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que estimulava a interferência militar na política.

Nas presidenciais de 2022, Lula da Silva venceu Bolsonaro, que se recusou a reconhecer a derrota, o que levou os seus seguidores a montarem acampamentos em frente a bases militares para protestar contra o resultado das presidenciais e para exigirem uma intervenção militar.

Oito dias após a posse de Lula da Silva, milhares de 'bolsonaristas' saíram do acampamento em frente ao quartel-general do Exército em Brasília para atacar as sedes dos três poderes na tentativa de forçar um golpe contra o Governo recém-instalado.

Entre os acusados estão alguns militares de alta patente, o que tem gerado tensões nas relações entre o Governo brasileiro e as Forças Armadas, embora a situação já tenha normalizado.

Nos últimos meses, a polícia brasileira, o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal avançaram em investigações e punição aos executores desses atos. Cerca de 1.232 pessoas foram presas e acusadas, das quais 116 já foram condenadas a penas de até 17 anos de prisão.

As autoridades brasileiras ainda não chegaram a uma conclusão sobre a participação ou não do ex-presidente Bolsonaro na instigação desses atos nem sobre o papel dos financiadores, de funcionários públicos, incluindo militares, e de outras autoridades suspeitas de omissão ou de facilitação.

CYR // VM

Lusa/Fim