"Aprovou-se o PEPAC [Plano Estratégico da Política Agrícola Comum] e a comissão não disse uma palavra, mas perdem horas a discutir coisas que não têm interesse para a vida dos portugueses", lamentou o secretário-geral da CAP.

Luís Mira, que respondia aos deputados da comissão parlamentar de Agricultura e Pescas, no final da segunda ronda de intervenções, lembrou ainda que recaem sobre a agricultura cerca de 1.200 taxas e que não são as confederações que podem reverter esta situação.

"São os senhores que legislam e agradecia que nos ajudassem e legislassem para retirar estas taxas e taxinhas, que não fazem sentido", vincou.

Luís Mira aproveitou também para criticar a excessiva burocracia que o Governo impõe aos agricultores, em cada campanha, para que recebam apoios, ressalvando ser necessário controlo na gestão das verbas.

A confederação lembrou ainda que a atual campanha "está atrasada", o que acarreta o risco de os pagamentos também não chegarem a horas.

No final da audiência, a presidente da Comissão de Agricultura e Pescas, Emília Cerqueira (PSD), defendeu que esta comissão trata de um conjunto de iniciativas, nas quais os deputados se reveem ou não, o que assinalou ser a "democracia a funcionar".

Em particular no que diz respeito ao PEPAC, Emília Cerqueira esclareceu que esta é uma matéria da competência do Governo e não das comissões parlamentares.

"Temos também de ter em conta que, fruto das circunstâncias [eleições], os trabalhos da comissão acontecem há cerca de três semanas. Acredito que todos temos interesse em criar os melhores diplomas, pelo bem da agricultura de Portugal", concluiu.

PE // JNM

Lusa/Fim