A ideia foi implementada por uma empresa que recuperou um negócio de família abandonado durante uma geração, na Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, e retomou a exploração de sal marinho tradicional que serve hoje de âncora a um conjunto de ofertas turísticas ligadas a este recurso, como os banhos minerais que a Lusa visitou.

Pedro Rosa, da empresa Água Mãe, explicou à agência Lusa que esta atividade consiste em "banhos minerais em águas argilosas, que proporcionam um relaxamento do corpo", e na "aplicação direta de argilas oceânicas" no corpo, que fazem "uma limpeza da pele".

"A temperatura [da água] é elevada, está mais ou menos a 30 graus centígrados, e faz com que relaxem as zonas musculares do corpo, que abram os poros, dilatem as veias e aumente a circulação, ao mesmo tempo que a salinidade das águas faz uma esfoliação constante na pele e a argila vai fazer o oposto, vai amaciá-la. Para que a salinidade não seja demasiado agressiva, a argila fica sempre a atuar como um suavizante", afirmou Pedro Rosa.

Quanto à aplicação de argilas oceânicas, Pedro Rosa disse que tratarem-se de "argilas que necessitam de muita humidade e uma vez secas com a luz solar vão começar a absorver toda a humidade que está no corpo e fazer com que puxem dos poros essa humidade, juntamente com alguma toxina ou impureza que esteja na pele".

A mesma fonte frisou que estas atividades, juntamente com massagens, aulas de yoga, passeios pelas salinas ou trabalhar como salineiro por um dia, surgiram todas como "complemento" da exploração de sal marinho, que disse ser "a primeira atividade" da empresa.

Andreia Cristóvão foi uma das pessoas que a reportagem da Lusa encontrou na salina da barquinha, em Castro Marim, e considerou que os banhos argilosos proporcionam um "bom momento dentro de água".

"Viemos aqui passar a manhã no 'spa das salinas', e sim, corresponde. Realmente, como de facto a concentração de sal [na água] é superior ao habitual, é muito fácil flutuar e está-se ali um bom momento dentro de água, relaxante. Sabe muito bem", contou, acrescentando que após a colocação da argila "nota-se logo que a pele fica mais macia" e fica "uma espécie de óleo bastante agradável".

O pai, Jorge Cristóvão, disse à Lusa que, como a praia estava "impossível por causa do vento", decidiram "socorrer-se" destas salinas e assegurou ter tido uma "sensação muito agradável a flutuar no mar morto" e ter ficado com a pele "muito leve, muito macia".

Orlando Brito, de Lisboa, também tinha aproveitado a manhã para conhecer o local e qualificou-a a experiência como "muito relaxante e satisfatória", destacando o facto de dentro de água parecer que se está "sem gravidade".

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