Em declarações à agência Lusa, o responsável da Uber, Rui Bento, disse estar "perfeitamente tranquilo com o modelo de operação em Portugal", quando confrontado com a posição da Federação Portuguesa de Táxis (FPT), que defende a aplicação de uma coima de 4.000 euros no momento em que seja "detetada a fraude de transporte ilegal e clandestino" de passageiros.

A Uber está disponível para "colaborar com os operadores do setor e com os legisladores para que seja criado um enquadramento relatório mais simples, mais transparente e mais adequado aos tempos modernos", anunciou o diretor-geral da aplicação em Portugal, frisando que é um diálogo em que esperam poder participar no futuro e admitindo que "a tecnologia pode melhorar o setor como um todo".

"É importante chegar a um entendimento no que diz respeito a aplicação da tecnologia no setor da mobilidade", defendeu Rui Bento, à margem do evento Salão das Viagens de Negócio, que decorreu hoje em Lisboa.

O presidente da FPT, Carlos Ramos, afirmou hoje à agência Lusa que, além da empresa de transportes que utiliza a aplicação Uber, existem "muitos outros carros" a circular nas grandes cidades a prestar o mesmo serviço sem autorização, nomeadamente "táxis comprados no interior do país por meia dúzia de tostões" e que não estão licenciados para realizarem o transporte de passageiros.

"Considerando que o próprio IMT (Instituto de Mobilidade e dos Transportes) reconhece [esta situação] e as autoridades da administração pública dizem que não podem ter um polícia nem um fiscal atrás deste tipo de transporte, nós viemos apresentar uma solução, que é mexer nas coimas, para que elas, por si, sejam um fator de dissuasão", disse Carlos Ramos, após uma reunião com o presidente do IMT.

O responsável da aplicação Uber, Rui Bento, esclareceu que "todos os parceiros da Uber em Portugal são parceiros licenciados e que operam dentro da regulação em vigor", referindo que até ao momento nunca forma alvo de multas ou coimas em Portugal.

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