Em junho passado foi conhecido que a CGD ia avançar com um inédito programa de rescisões por mútuo acordo, de modo a acelerar a saída de trabalhadores, uma vez que o programa de pré-reformas não é suficiente para atingir os objetivos de redução de empregados negociadas com a Comissão Europeia.

Aos trabalhadores que descontam para a Caixa Geral de Aposentações, o banco público oferece uma indemnização de 2,1 meses por cada ano de trabalho e a quem tem o regime da segurança social (trabalhadores mais recentes ou de empresas do grupo Caixa) 1,6 meses por cada ano de serviço, em ambos os casos no máximo de cinco anos.

Os trabalhadores poderão ainda manter algumas vantagens de crédito à habitação e serviços de saúde, contudo, nestes casos o valor da indemnização a receber será mais baixo.

Segundo o calendário do programa de rescisões, termina hoje ao final do dia o prazo para os empregados da CGD manifestarem interesse em rescindir o contrato.

Contudo, tal não significa que sairão da empresa. Esta é uma manifestação de intenção, após a qual os trabalhadores serão contactados pelo departamento de Recursos Humanos e terão acesso às contas sobre quanto receberão de indemnização, podendo estes reconsiderar e decidir não sair.

Também o banco público irá avaliar cada candidatura para decidir se a aceita ou não, pelo que este é um processo que se deverá prolongar até perto do final do ano.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Caixa, João Lopes, disse à Lusa que nesta segunda fase, a CGD também poderá contactar trabalhadores que não manifestaram intenção de rescindir para dar a conhecer o programa e tentar convencê-los a aderir.

Em julho, quando apresentou os resultados da CGD do primeiro semestre (período em que teve prejuízos de 50 milhões de euros), o presidente do banco, Paulo Macedo, disse que 100 trabalhadores já tinham manifestado interesse em sair no âmbito do programa de rescisões por mútuo acordo.

A CGD tem de chegar ao final do ano com pelo menos, menos 500 trabalhadores do que no início de 2017, para cumprir a meta definida com a Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia.

No âmbito da recapitalização da CGD, o banco público acordou com Bruxelas um programa de reestruturação que passa, entre outras medidas, pela saída de cerca de 2.000 pessoas até 2020, através de pré-reformas e rescisões amigáveis, num ritmo de 500 a 600 por ano.

A CGD já tinha vindo a emagrecer a sua estrutura nos últimos anos com a saída de centenas de trabalhadores.

No final de 2016, o banco detido a 100% pelo Estado tinha 8.133 trabalhadores em Portugal.

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