A visita, a iniciar na segunda-feira, realiza-se no âmbito do projeto ClimAdaPT.Local, que envolve as câmaras municipais e pretende apoiar trabalhos de monitorização do clima de modo a identificar as vulnerabilidades de cada região, conhecimento que vai servir de base para a definição de medidas futuras de adaptação.

Durante quatro dias, especialistas da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), do CCIAM (Climate Change, Impacts, Adaptation and Modelling) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, da Quercus e do Instituto Português da Atmosfera (IPMA), vão contactar diversas entidades, avança uma informação da associação ambientalista.

Os municípios de Oslo, Drammen e Bærum, algumas universidades, a Agência Norueguesa de Ambiente, o Meteorologisk Institutt (instituto de meteorologia da Noruega) e organizações não governamentais vão receber os técnicos portugueses.

A Noruega, um dos países mais avançados na resposta à alterações climáticas, já está a aplicar estratégias, nomeadamente nos municípios, e a encontrar formas de lidar com a subida do nível do mar, de ultrapassar vulnerabilidades em relação a eventos meteorológicos extremos ou de enfrentar as consequências da mudança do clima na agricultura e nos ecossistemas.

A viagem, organizada pelo consórcio ClimAdaPT.Local com o apoio da Direção Geral de Proteção Civil Norueguesa e a Embaixada da Noruega, inclui a apresentação da situação portuguesa pelos representantes da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e pelos técnicos das autarquias de Almada e Cascais, parceiros do ClimAdaPT.Local.

Portugal é um dos países mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, marcadas por fenómenos extremos, de pluviosidade ou falta dela, mas também de subida do nível do mar, afetando a zona costeira, como já aconteceu em vários pontos do litoral português, por exemplo, no ano passado.

Quase 70% do litoral português está em risco de erosão e, em 2014 e este ano, o investimento para aumentar a resiliência na zona costeira ascende a 300 milhões de euros, tendo sido elaborado um relatório acerca da ação necessária para a gestão do litoral, criando um novo modelo.

Em janeiro, foram assinados protocolos com 26 municípios de todo o país, que se juntaram a Sintra, Cascais e Almada, já com trabalho feito na adaptação às alterações climáticas e na integração de medidas nos vários planos das autarquias, como na gestão dos recursos hídricos, na saúde ou na defesa dos incêndios florestais.

O consórcio responsável pelo ClimAdaPT.Local é constituído por entidades portuguesas e norueguesas envolvidas em estudos, elaboração de estratégias e ações de adaptação, assim como no planeamento e gestão do território ao nível municipal e regional.

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