No relatório e contas hoje divulgado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a sociedade que gere o futebol profissional do Sporting diz que a diminuição do passivo, para 267 ME, assenta essencialmente numa redução da dívida bancária em cerca de 25 ME.

A redução de provisões, no valor de 10,7 ME, e de fornecedores, a rondar 7,2 ME, também contribuíram para o decréscimo do passivo no final do terceiro trimestre do exercício, que compreende o período entre 01 de julho de 2017 e 31 de março de 2018.

Em relação a período homólogo de 2017, regista-se um decréscimo de 97% do resultado líquido, mas no exercício relativo à época 2016/17, em que o Sporting registou um lucro de 35 ME após o terceiro trimestre, estavam refletidas as transferências de João Mário para o Inter de Milão e de Slimani para o Leicester, que renderam cerca de 70 ME.

No documento hoje divulgado, o Sporting destaca ainda um volume de negócios de 105 ME e o aumento do valor líquido do plantel da equipa de futebol em 19 ME, num exercício em que se verificou um investimento de 38 ME em contratações, das quais se destacam Acuña (10,5 ME) e Wendel (8,7 ME).

Contabilizando as contratações feitas antes do final de junho de 2017, refletidas no exercício anterior, mas tendo já em vista a presente temporada, os 'leões' fizeram o maior investimento de sempre, na ordem dos 60 ME, incluindo Bruno Fernandes (9,7 ME), Doumbia (7,2 ME por 70%) e Battaglia (4,5 ME por 80%), entre outros.

Este investimento traduziu-se também num aumento de gastos com pessoal, que cresceu 17%, para 56,5 ME, incluindo salários e prémios de jogadores.

A apresentação das contas acontece numa semana de grande perturbação no clube, que se agravou depois da derrota da equipa de futebol no domingo, no último jogo da I Liga de futebol, frente ao Marítimo, que fez o clube de Alvalade perder o segundo lugar para o Benfica.

Antes do primeiro treino para a final da Taça de Portugal, em que o Sporting defronta o Desportivo das Aves, a equipa de futebol foi atacada na academia de Alcochete, na terça-feira, por um grupo de cerca de 50 alegados adeptos encapuzados, que agrediram técnicos e jogadores. A GNR deteve 23 dos atacantes.

Paralelamente, foram constituídos sete arguidos na sequência de denúncias de alegada corrupção em jogos de andebol, incluindo o diretor desportivo do futebol, André Geraldes, que foi libertado sob caução e impedido de exercer funções desportivas.

O cenário agravou-se com as demissões na quinta-feira da Mesa da Assembleia Geral, em bloco, e da maioria dos membros do Conselho Fiscal e Disciplinar, instando o presidente do Sporting a seguir o seu exemplo, mas Bruno de Carvalho anunciou ao fim do dia que se irá manter no cargo.

PA // RPM

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