Depois de duas horas de reunião com o secretário de estado do Ensino Básico e Secundário, os representantes da plataforma sindical dos professores saíram do encontro com a promessa de voltarem a encontrar-se ao final da tarde para conhecer a posição da tutela às suas reivindicações.

"Colocámos três aspetos para que a greve possa ser desconvocada: o primeiro é que o Ministério da Educação garanta que o envolvimento dos professores é voluntário (...)", contou Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), uma das sete organizações sindicais da plataforma, à porta do Ministério da Educação e Ciência (MEC).

Outra das exigências é que os professores que aceitem ser examinadores fiquem dispensados, durante o terceiro período, da componente de estabelecimento, ou seja, das horas de trabalho que têm de realizar na escola sem ser dar aulas.

Mário Nogueira entende que só desta forma serão dadas "efetivas condições para que os professores possam trabalhar neste processo".

A terceira proposta da plataforma é que "se adie alguns dias o início das provas orais", que estavam agendadas para começar a 07 de abril.

A razão deste adiamento prende-se com a necessidade de os professores terminarem a formação para poderem avaliar as provas "depois da Páscoa e não nos dias ou na véspera da Páscoa".

Segundo Mário Nogueira, os docentes ainda não receberam as passwords para entrar na plataforma e realizar os testes, necessários para concluírem a sua formação: "Os professores, durante a interrupção letiva da Páscoa, teriam de fazer um conjunto de testes online e hoje, terça-feira, ainda nem sequer tiveram a password para o fazer, o que quer dizer que o Ministério lhes reserva hoje, sexta, sábado e domingo da Páscoa para fazer este trabalho".

Mário Nogueira lembrou que a formação passa pela realização de correções e que no ano passado houve docentes que acabaram por fazer 300 correções por dia e que, no final do período, tinham feito cinco mil correções de itens.

O secretário-geral da Fenprof voltou a criticar a forma "absolutamente atabalhoada" como foi projetada a prova, lembrando que os docentes começaram por ser convocados numa sexta-feira para estarem presentes na formação no início da semana seguinte e agora temem passar os feriados da Páscoa a terminar a formação para poderem ser classificadores dos exames do Cambridge.

As sete organizações sindicais vão regressar ao MEC para conhecer as respostas aos seus pedidos e se o ministério aceitar as suas três propostas irão "anunciar a desconvocação da greve".

O pré-aviso de greve compreende o período entre 07 de abril e 06 de maio.

A Federação Nacional de Educação (FNE), afecta à UGT, anunciou na semana passada que desconvocava a greve, explicando que o MEC tinha aceite que os testes exigidos aos professores fossem facultativos.

As direções das escolas designaram cerca de 2.300 professores para classificar a prova de inglês, obrigatória para os alunos do 9.º ano e opcional para os restantes anos.

Além da Fenprof, a plataforma conta com a Associação Sindical de Professores Licenciados, o Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades, o Sindicato Nacional dos Profissionais de Educação, o Sindicato Independente de Professores e Educadores, o Sindicato dos Educadores e Professores do Ensino Básico e o Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades.

SIM // SO

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