A temporada -- lírica e sinfónica -, que o programador artístico, Patrick Dickie, afirma ser feita de "contrastes", desenvolve-se no Teatro Nacional de S. Carlos (TNSC) e no Centro Cultural de Belém (CCB), e está orçada em 1,9 milhões de euros, disse à Lusa a assessoria do Organismo de Produção Artística (Opart), que tutela o TNSC, a Orquestra Sinfónica Portuguesa (OSP) e a Companhia Nacional de Bailado.

A ópera "Carmen", de Bizet, abre a temporada lírica a 06 de outubro, numa encenação de Calixto Bieito, sob a direção musical de Rory Macdonald, uma coprodução da English Opera House (EOH) e da Ópera da Noruega.

"Peter Grimes", de Benjamin Britten, uma encenação de David Alden, coproduzida pela EOH, com a De Vlaamse Opera (Ópera Flamenga), da Bélgica, a Opera de Oviedo, de Espanha, e a Deutsche Oper Berlim, tem a estreia absoluta marcada para o S. Carlos, no dia 03 de junho de 2017, sob direção de Joana Carneiro.

Patrick Dickie destacou igualmente a estreia absoluta, em S. Carlos, a 31 de março de 2017, da nova encenação de "Der Zwerg"/"O anão", do compositor austríaco Alexander Zemlinsky - "uma joia rara, que, uma vez escutado, se quer ouvir mais" -, num programa conjunto com "I Paglacci"/"Os palhaços", de Ruggero Leoncavallo, em nova produção.

A ópera do compositor austríaco, falecido em 1942, e a ópera em dois atos de Leoncavallo têm direção musical de Martin André, e encenação da alemã Nicola Raab, que já esteve em abril deste ano no TNSC, em Lisboa, para a montagem da ópera de John Adams e Peter Sellars, dirigida por Joana Carneiro, maestrina titular da Sinfónica portuguesa.

"Nicola Raab fez um enorme sucesso com 'A flowering tree', de John Adams, e já trabalhou com Joana Carneiro, é um dois em um", disse Patrick Dickie à agência Lusa.

As novas produções do TNSC são "Oedipus Rex"/"Rei Édipo", de Stravinsky, encenada por Ricardo Pais, sob direção musical de Joana Carneiro, a estrear em novembro próximo, "Tristão e Isolda", de Richard Wagner, encenada por Charles Edwards, com direção musical de Greame Jenkins, em março de 2017, "I Paglacci"/"Os pallhaços", de Leoncavallo, e "Der Zwerg"/"O anão", de Alexander Zemlinsky, que partilham o mesmo cenário, ambas encenadas por Nicola Raab e dirigidas pelo maestro Martin André, que estão em cartaz de 31 de março a 08 de abril de 2017.

A temporada sinfónica, que inclui um ciclo de câmara, abre no dia 15 de setembro, no salão nobre do TNSC com a OSP, sob a direção do violoncelista alemão, de origem canadiana, Johannes Moser.

O primeiro concerto sinfónico está agendado para o dia 18 de setembro, no CCB, sob a direção de Joana Carneiro, com um programa composto pelo Concerto para Violoncelo, de Witold Lutoslawski, e a Sinfonia n.º 4, em Mi Bemol Maior, "Romântica", de Anton Bruckner.

Patrick Dickie, em declarações à agência Lusa, qualificou como "estimulante" a OSP apresentar-se em dois espaços diferentes, o TNSC e o CCB.

Nesta temporada estão previstas as estreias, em fevereiro, do Concerto para Violoncelo e Orquestra, de Luís Tinoco, que será compositor residente do teatro, durante dois anos, e, em maio, a peça "Passagem interior", de Clotilde Rosa.

"Overtures e Closures", obra orquestral de António Pinho Vargas, estreada em Guimarães - Capital Europeia da Cultura 2012, regressa ao repertório, em outubro.

Um dos concertos que Patrick Dickie destacou à Lusa é o que a OSP realiza no dia 09 de abril, no CCB, dirigido por Joana Carneiro, em que é solista o violinista Daniel Lozakovvitj, e no qaul o artista plástico Júlio Pomar estreia uma instalação, inspirada na peça "Seven words from the cross", do britânico James MacMillan, que faz parte do programa. A outra composição que completa o programa da OSP, é o Concerto para violino e orquestra, em Ré Maior, de Beethoven.

Esta temporada marca o regresso ao TNSC de alguns nomes como do cantor Keel Watson, do encenador Ricardo Pais, do encenador Graham Vick, que encena "Anna Bolena", de Donizetti, numa produção da Opera di Verona, de Itália, sob a direção musical de Giampoalo Bisanti, assim como de Martin André, que já dirigiu o S. Carlos.

Patrick Dickie reconheceu que gosta de trabalhar num círculo restrito, de "pessoas com quem possa contar", e afirmou estar a ser uma desafio trabalhar com pessoas que não conhecia, como Ricardo Pais, Nuno Cardoso, António Lagarto, João Paulo Santos e Joana Carneiro, entre outros.

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