"Até agora, quem mais se aproximou de honrar aquilo que é o humanismo cristão e o humanismo laico que fazem os valores da Europa foi a chanceler Merkel quando disse 'eu não repatriarei nenhum refugiado de guerra da Síria'", afirmou Paulo Portas, durante uma entrevista à TVI.

Sublinhando que a "crise humanitária gravíssima" que está acontecer neste momento é "onde a Europa é mais necessária imediatamente", o líder do CDS-PP, que integra a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP), defendeu a necessidade de ser tomada uma posição europeia com "muita clareza e com muita nitidez", até porque "o ocidente não está isento de responsabilidades daquilo que aconteceu na Síria".

"A Europa, ou é o que são os seus valores, ou não é nada", sublinhou.

Fazendo questão de lembrar que há quatro meses pediu - "até de uma maneira um bocadinho exaltada" - que ouvissem o papa sobre esta questão, o líder dos democratas-cristãos recordou ainda que "a tradição portuguesa é de acolhimento" e que o povo português sempre soube acolher, defendendo que "é preciso fazer mais".

"Quando o problema das migrações e dos refugiados estava em Espanha, em Itália Grécia, muita gente no norte da Europa tratava o problema como se fosse uma questão daqueles países", acrescentou, insistindo que se trata de "pessoas que estão a fugir à morte" e a "uma guerra que é um genocídio múltiplo".

"Isto não é um problema da fronteira sul, é um problema da fronteira externa da Europa", sustentou, escusando-se a comentar as declarações do primeiro-ministro inglês que falou da questão dos refugiados como "uma praga"

VAM // JPS

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