Jerónimo de Sousa, líder da Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta comunistas e ecologistas, discursava num jantar-comício em Borba, Évora, ladeado pelo líder parlamentar do PCP, João Oliveira, que o acompanhou no dia passado no círculo eleitoral alentejano pelo qual tem sido eleito para a Assembleia da República.

"Desafiamos PS, PSD e CDS a aprovarem agora o que há um ano recusaram. Devolver o direito a 25 de férias dos trabalhadores da administração pública. É de elementar justiça fazê-lo. É uma decisão necessária e possível. Aí está o exemplo das autarquias da CDU para prová-lo. Em 2018, em todos os municípios geridos pela CDU, esse direito será reposto", afirmou.

O secretário-geral do PCP referia-se a um projeto de lei apresentado sexta-feira no parlamento para a "reposição dos 25 dias de férias que o Governo PSD/CDS reduziu a 22 dias", durante o período de intervenção externa por parte da 'troika' do Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional.

Jerónimo de Sousa prometeu continuar o combate ao trabalho precário e ilegal, reiterando ainda as propostas de aumento do salário mínimo nacional para 600 euros e de um aumento mínimo de 10 euros em todas as pensões já em janeiro de 2018.

O líder do comunista recordou "a contribuição decisiva do PCP" na reposição de "feriados roubados", das "35 horas de trabalho semanal na administração pública", na eliminação de "cortes em salários e complementos remuneratórios", entre outras medidas.

"O que se impõe é dar novos passos nesse caminho. É para isso que o PCP e a CDU se batem. Para eliminar os cortes no valor pago pelo trabalho noturno ou trabalho extraordinário. Para assegurar o direito à progressão nas carreiras de todos os trabalhadores que tenham adquirido esse direito", garantiu.

Também presente no evento esteve o candidato da CDU ao município de Borba, João Proença, que já liderou a Câmara Municipal local entre 1989 a 2001, presidindo depois à Casa do Alentejo em Lisboa.

Jerónimo de Sousa declarou "redobrada confiança de que a CDU pode avançar e crescer e é possível promover a viragem na vida do concelho de Borba", uma autarquia em que os comunistas já governaram durante dois períodos, mas que perderam desde 2001 para o PS e há quatro para um movimento independente de dissidentes socialistas.

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