"Não é justo que se apliquem sanções a Portugal", disse Pedro Passos Coelho na Festa do PSD/Madeira, no Chão da Lagoa, sublinhando que a questão não surge pelo que foi feito no passado, mas pelo que está a ser feito atualmente.

"É porque muitos dos governos da Europa, hoje, têm dúvidas sobre aquilo que se está a passar em Portugal, sobre as reformas importantes que estão a ser revertidas, sobre a maneira como estamos a andar para trás em vez de andar para a frente", declarou o líder social-democrata, falando para uma multidão estimada em 15 mil pessoas, segundo a organização.

Pedro Passos Coelho criticou ainda o Governo de António Costa por ameaçar levar a Comissão Europeia a tribunal em caso de aplicação de sanções, considerando que a atitude revela apenas a necessidade de encontrar um bode expiatório.

"Nós temos, hoje, em Portugal um Governo que não só não assume as responsabilidades, como anda sempre à procura de um bode expiatório para lavar as mãos daquilo que é a consequência das opções que tomaram", disse.

O líder do maior partido da oposição disse, por outro lado, que "não há direito de atirar pela janela o sacrifício" feito, "a confiança" conquistada e "a esperança".

Passos Coelho acusou ainda o Partido Socialista de estar a ser "colonizado" pelo Bloco de Esquerda e a "fazer um jeito" aos comunistas.

"Se se aliaram ao Bloco de Esquerda e ao Partido Comunista para afastar os investidores, não têm agora de se queixar da falta de investimento e da falta de criação de postos de trabalho", afirmou.

Esta é a segunda vez que Pedro Passos Coelho participa na Festa do Chão da Lagoa, uma das maiores organizadas pelo PSD a nível nacional, tendo visitado as barracas representativas de todas as freguesias da Região Autónoma da Madeira, sempre na companhia do líder regional social-democrata e presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque.

Passos Coelho provou bebidas e petiscos, tirou fotografias, deu e recebeu abraços e beijos e, por várias vezes, incluindo em cima do palco, ouviu serem-lhe cantados os parabéns, pois hoje é o dia do seu 52.º aniversário.

O presidente do PSD prometeu, depois, ajudar a Madeira no projeto do novo hospital e na ligação marítima por ferry ao continente, realçando que, mesmo na oposição, o partido "defenderá Portugal até ao fim".

Miguel Albuquerque acusou, por seu lado, o PCP e o BE de fingirem que são partidos de protesto na Madeira.

"Fingem que não mandam em Portugal e vêm para aqui deitar areia nos olhos do povo da Madeira, dizendo que nada têm a ver com o que se passa a nível nacional", disse o líder regional, manifestando que está na expetativa para saber qual será a sua posição, ao nível da República, sobre o novo hospital e a proposta para reduzir os juros da dívida da Região contraída junto do Estado.

"Vamos ver o que eles fazem lá, já que gostam de falar muito", salientou.

Miguel Albuquerque sublinhou, ainda, que o próximo objetivo do PSD/Madeira é vencer as eleições autárquicas, tendo em conta que, em 2013, perdeu sete câmaras municipais, num total de onze.

"Nós vamos mobilizar-nos a partir de hoje para iniciarmos o processo autárquico", disse, vincando que "o objetivo é vencer a maioria das câmaras e a maioria das juntas na Região".

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