"Mais importante do que discutir paternidades (se do Governo da República ou dos Açores), que só releva que a notícia é boa, e então todos querem aparecer na fotografia da paternidade, é discutir as oportunidades que este novo modelo nos traz para o futuro", declarou Sérgio Monteiro.

O titular da pasta dos Transportes, que intervinha na sessão comemorativa dos 180 anos da Câmara de Comércio e Indústria dos Açores (CCIA), em São Miguel, aponta que a primeira oportunidade que a liberalização parcial do transporte aéreo reside na criação de riqueza e de emprego sustentável a curto e médio prazo.

Entrou hoje em vigor nos Açores o novo modelo de transporte aéreo de e para os Açores que permite às "low cost" operaram para a região, designadamente para Ponta Delgada e Terceira, a par da SATA e TAP, tendo a Easyjet realizado esta manhã a sua primeira ligação vinda de Lisboa.

Sérgio Monteiro considerou que o surgimento de novas companhias aéreas no mercado irão potenciar mais trabalho qualificado, tendo referido que cada turista na região, por estadia média gasta cerca de 105 euros por dia, o que representa mais de 100 milhões de euros que são injetados na economia regional.

O titular da pasta dos Transportes referiu que "bastou ter a coragem de não diabolizar uma certa palavra" e encontrar os mecanismos que protegem aqueles que nos Açores vivem, trabalham ou estudam para encontrar uma "estabilidade de preços" que lhe permite ter a perceção de que não ficaram para trás na política governativa para o setor.

Sérgio Monteiro frisou que a coesão social e territorial "não se apregoa, executa-se", acrescentando que se congelaram as taxas aeroportuárias nos Açores por forma a que as empresas que beneficiam da abertura do espaço aéreo se possam fixar.

O responsável pelos transportes do executivo nacional declarou, por outro lado, que a abertura do mercado aéreo "não é contra ninguém" e que "cada um terá agora que encontrar as oportunidades de mercado que a sua especialização permite".

Sérgio Monteiro disse ainda que sentiu quando chegou aos Açores um "clima de confiança" por parte dos açorianos de que o futuro será melhor, declarando mesmo que se fosse feito um estudo de mercado na região, este iria refletir esta constatação.

O presidente da CCIA considerou que o turismo nos Açores estava a perder terreno e que o acordo alcançado em matéria de transporte aéreo entre os governos da República e regional constitui um "marco histórico de registo indispensável", assistindo-se a uma certa euforia e expetativa face a este novo desafio que está convicto que irá gerar riqueza e emprego.

Mário Fortuna declarou que se está perante um instrumento importante de dinamização do turismo, mas que não resolve o problema, sendo apologista que se deve proceder a correções no novo modelo de transporte aéreo se a experiência assim o aconselhar.

JYAM // SMA

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