Segundo se lê no comunicado enviado pela Pharol (principal acionista da Oi) à Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), esta estimativa dos efeitos do plano de recuperação tem "como base uma perceção da média de avaliações independentes preparadas por analistas de mercado que acompanham a companhia".

Ainda previsto é que, como resultado da implementação das medidas constantes do plano de recuperação, a Oi passará a valer "em torno de 15 mil milhões de reais" (3,5 mil milhões de euros), o que compara com a última avaliação de 2,6 mil milhões de reais (614 mil euros).

Estas estimativas foram avançadas numa notícia divulgada na sexta-feira pela agência Broadcast, com base em informações atribuídas ao presidente da Oi, Eurico Teles, e na sequência da qual a bolsa de valores do Brasil (B3 - Brasil, Bolsa, Balcão) solicitou esclarecimentos à operadora.

Nos esclarecimentos agora prestados ao mercado, a companhia explica que a referência a estes valores resultou da "média de avaliações independentes" dos analistas de mercado que seguem a empresa.

A Oi esclarece ainda que, numa nota explicativa das demonstrações financeiras da companhia relativas ao exercício de 2017, divulgadas ao mercado na quinta-feira, constava já "uma descrição detalhada das estimativas do valor dos créditos alocados por opção em 20 de junho de 2016 e do valor justo dos créditos reestruturados, cujos totais correspondem, respetivamente, a 67.751 milhões de reais (16 mil milhões de euros) e 18.949 milhões de reais (4,5 mil milhões de euros).

A Oi está num processo de recuperação desde 2016 com o objetivo de reduzir o passivo da empresa, que ronda os 65,4 mil milhões de reais (cerca de 16 mil milhões de euros).

O Plano de Recuperação Judicial propõe-se a reduzir o passivo da empresa através da conversão de 72,12% da dívida suportada pelos credores, aos quais serão concedidos direitos sobre a companhia.

A Pharol é acionista de referência da Oi, com 27% das ações. A concretizar-se a operação, a Pharol deverá passar a deter uma participação menor.

Segundo noticia hoje a publicação brasileira Valor Económico, a Pharol, que detém 22,24% da Oi através da sua subsidiária Bratel, passará a deter 7,66% após a conversão da dívida.

PD (ANE) // ATR

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