"Nós conseguimos mais nos últimos quatro anos em termos de projetos europeus do que tínhamos conseguido nos quatro anos anteriores", afirmou Nuno Crato.

Segundo o ministro, "aquilo que já se conhece no horizonte 20/20, que ainda é pouco, indica que já conseguimos mais do que aquilo que, teoricamente em termos de quota e em termos de participação relativa, seria atribuível a Portugal se os projetos fossem distribuídos de acordo com as contribuições dos países e de acordo com a sua potencialidade económica".

"É muito bom sinal, porque estamos a competir nestes projetos e neste horizonte europeu com países como a Alemanha, França, Itália, Inglaterra e a Holanda. Estamos a competir com países que estão desenvolvidos cientificamente há muitos anos e com uma indústria muito entrelaçada com a investigação científica", afirmou.

O ministro da Ciência falava no final de uma visita ao I3S -- Instituto de Inovação e Investigação em Saúde, que foi classificado como "Excecional" pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT). Até ao final deste ano, os mais de 700 colaboradores e 250 investigadores doutorados do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), do Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB) e do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) vão transferir-se para este novo edifício, construído de raiz para as atividades do I3S.

"Estamos perante uma unidade que resulta da junção de três unidades que eram classificadas como excelentes e que agora são classificadas como excecionais e de um financiamento de base proposto pela Fundação Ciência e Tecnologia (FCT) que tem um grande aumento. Estamos a falar em cerca de quatro milhões de euros por ano no passado que passou para cerca de seis milhões por ano. Estamos a falar de um crescimento muito grande que corresponde a um reconhecimento de qualidade excecional que esta unidade tem", sublinhou o ministro.

O "super-centro" resulta da comunhão de três dos mais reconhecidos institutos de investigação da U.Porto: o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica (INEB) e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP).

A sede será um edifício de 14 mil metros quadrados, totalmente dedicado a laboratórios e serviços de investigação, com ligação ao atual edifício do IPATIMUP, que será reconvertido para salas de aula para mestrados e doutoramentos, auditórios e serviços administrativos do I3S. Uma empreitada orçada em 21,5 milhões de euros, dos quais 18 milhões foram financiados por fundos comunitários no âmbito do Programa Operacional Regional do Norte, o "ON.2 -- O Novo Norte".

O diretor do i3S, Mário Barbosa, apontou como provável a abertura do centro em novembro e considerou que o I3S "vai permitir uma aproximação cada vez maior às necessidades da sociedade em termos clínicos e de resolução de problemas de saúde".

"Temos uma colaboração muito grande com os hospitais e, portanto, vai haver uma mudança, só que essas mudanças não ocorrem em novembro, de um dia para o outro. Acho que será visível dentro de algum tempo, será uma mudança significativa porque a nossa investigação de base é muito boa, o facto de termos uma colaboração com os hospitais, que já existe, mas que vai ser reforçada, vai-se traduzir claramente em melhores cuidados de saúde e criação de novas empresas que vão trazer riqueza para o país", sustentou.

Sobrinho Simões, diretor do IPATIMUP, afirmou que "este é o polo de Ciências da Saúde maior da Europa. Temos o S. João e o IPO, que são dois hospitais fora de série. Temos as faculdades de Medicina, Engenharia, Economia, Medicina Dentaria e Nutrição e temos a UPTEC da Universidade do Porto para a criação de novas empresas. Agora juntamos aqui um centro de investigação que é indiscutivelmente fora de serie" e que vai "multiplicar a nossa capacidade de ganhar projetos internacionais".

Para o diretor do IBMC, Cláudio Sunkel, o I3S "vai fazer uma coisa muito interessante, que é misturar as pessoas que trabalham em áreas fundamentais com aquelas que trabalham em áreas mais aplicadas. Coisas que aconteciam pontualmente, mas que agora vão ser intensificadas porque, se calhar, vamos partilhar o mesmo laboratório e, se calhar, estar um ao lado do outro".

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Lusa/fim