No último dia da X Convenção do BE, que termina hoje em Lisboa, a ex-candidata presidencial afirmou que "a geringonça desorientou a direita", recordando que, apesar de durante anos o BE ter sido criticado por não assumir responsabilidades, é agora criticado por fazer parte de uma solução de Governo.

"Nem mandamos no Governo, nem perdemos as nossas bandeiras", respondeu Marisa Matias às críticas do PSD e do CDS-PP, que acusou de achar que só podia haver entendimentos naquele espetro político e que a esquerda estaria proibida de fazê-los.

O BE assinou em novembro passado um acordo de incidência parlamentar que viabilizou o Governo socialista de António Costa.

Sobre a União Europeia, a eurodeputada foi perentória: "não desistiremos da Europa, mesmo quando as políticas são as mais agressivas e liberais".

"Confrontamos a União Europeia não porque tenhamos mau feitio, mas porque sabemos que o projeto da União Europeia atual está caduco", justificou, rejeitando uma Europa "racista, xenófoba, castigadora dos povos, dos trabalhadores, predadora do estado social".

Porque a União Europeia "tem que ser feita com os povos e para os povos", Marisa Matias recordou que em Portugal o Bloco nunca desistiu do país.

"Lutamos para mudar Portugal e começamos já a mudá-lo", disse, assumindo que o objetivo é "mudar o mundo".

A ex-candidata presidencial assegurou que a atual convenção não é para o "autoelogio", assumindo que "o trabalho para fazer não é pouco".

"Cá estamos para lhes dizer que continuaremos a lutar contra o empobrecimento e pela dignidade", disse, dirigindo-se a todos os que votaram no BE.

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Lusa/fim