Pouco mais de um mês após assumir as funções de ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes foi chamado a pronunciar-se e a agir no seguimento de notícias sobre a morte de um jovem, na madrugada de 14 de dezembro, por alegada falta de assistência especializada no Hospital de São José.

Esta morte trouxe a lume a falta de prevenção aos fins de semana da neurocirurgia-vascular e da neurorradiologia no Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), ao qual pertence o Hospital de São José, onde o jovem com um aneurisma roto acabou por falecer.

Na sequência desta morte, demitiram-se os presidentes do CHLC e da Administração Regional da Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, entretanto já substituídos por Ana Escoval e Rosa Matos Zorrinho, respetivamente.

O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), Carlos Martins, colocou, entretanto, o lugar à disposição.

Foi anunciada a realização de um inquérito interno no Hospital São José, o caso está a ser avaliado pela Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e também pelo Ministério Público.

Também a família do jovem apresentou, a 21 de janeiro, uma queixa-crime "contra todos os envolvidos na cadeia de decisão, incluindo a nível ministerial".

Na sequência deste caso, o Ministério da Saúde anunciou que os quatro grandes centros hospitalares da Área Metropolitana de Lisboa passam a assegurar, ao fim de semana, as urgências de aneurismas e AVC através de escalas rotativas.

Durante a semana, as equipas serão fixas em cada centro hospitalar e, ao fim de semana, as equipas funcionarão rotativamente entre os Centros Hospitalares de Lisboa Norte (CHLN), Lisboa Central (CHLC), Lisboa Ocidental (CHLO) e Garcia de Orta (HGO).

Os profissionais terão um pagamento base de prevenção. Se forem chamados deixam de receber o valor de prevenção e pagam a ser pagos por ato, para toda a equipa, ou seja, por produção adicional realizada no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC).

SMM (AL) // CC

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