"As declarações do presidente do BPI, conforme vieram relatadas na imprensa, são no mínimo lamentáveis", afirmou à agência Lusa fonte oficial do Montepio.

E acrescentou: "Mas percebe-se que as duas operações falhadas - a oferta pública de aquisição (OPA) lançada pelo CaixaBank e a proposta de fusão com o BCP lançada pela Santoro -, mais os graves problemas em Angola que o BPI tem, levem o seu presidente a desviar as atenções para outros bancos".

Horas antes, Fernando Ulrich escusou-se a responder às questões que lhe foram colocadas sobre as notícias que vão saindo sobre os rivais BES (atual Novo Banco) e Montepio, preferindo elogiar a solidez do banco que lidera.

"O BPI gosta imenso de ter clientes, por isso, se alguém estiver inseguro com essas questões, eu não conheço melhor porto de abrigo do que o BPI", afirmou durante a conferência de imprensa de apresentação das contas semestrais.

"Interrogo-me como é que há pessoas que são capazes de ser clientes de certos bancos", lançou Ulrich.

E realçou: "Viver num mercado em que há situações que não correm bem, torna mais fácil as pessoas verificarem que não somos todos iguais e é uma grande oportunidade poder beneficiar do mercado onde é fácil perceber as distinções".

Segundo o gestor, "as pessoas confiam no BPI e nas pessoas que trabalham no BPI".

Questionado novamente sobre as notícias que têm saído acerca do Montepio nos últimos meses, Ulrich evitou as perguntas.

"Não faço nenhum comentário. Não conheço a situação do Montepio. Não tenho autoridade, nem conhecimento", referiu, dizendo que apenas conhece José Félix Morgado, futuro presidente da Caixa Económica do Montepio, da "vida empresarial".

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