O volume de negócios entre a China e o continente africano, o seu principal parceiro comercial, estava, no final do ano passado, à beira dos 200 biliões de dólares, representando uma subida anual de quase 20%, de acordo com o Livro Branco das relações entre a China e África, divulgado em outubro pelo Governo chinês.

Para a China, as vantagens são evidentes: a relação com África "permite-lhe exportar o excesso de mão-de-obra contendo a instabilidade social decorrente do desemprego, permite-lhe exportar os materiais de construção, uma vez que tudo é levado da China, até a comida para os trabalhadores... ou seja, é uma forma de continuar a desenvolver a economia chinesa fora da China, numa lógica bem mais rentável do que a das cidades fantasma que se foram construindo pelo interior da China e estão completamente vazias", explica, em entrevista à Lusa, a professora de Relações Internacionais da Universidade de Coimbra e autora do livro 'Portugal, China and the Macau Negotations', que chegará às livrarias ainda este ano.