A tentativa de boicote às eleições está relacionada com o encerramento daquele estabelecimento de ensino, junto ao qual também estão concentradas pouco mais de 10 pessoas, no que dizem ser um "protesto pacífico".

Apesar da chuva, após a abertura das urnas os manifestantes continuavam junto ao local, mas sem intenção de votar.

Garantindo que vão abster-se, reiteravam o argumento escrito num cartaz de que "se [a escola] não serve para estudar também não serve votar", mas sublinham que não vão tentar impedir ninguém de exercer o direito ao voto.

Entretanto, a Lusa constatou no local que diversos eleitores já conseguiram votar nesta mesa de voto.

A escola, que este ano poderia ter 17 alunos, foi encerrada no ano letivo de 2013/2014, quando tinha 07 alunos, medida governamental que foi e continua a ser contestada.

"O nosso objetivo é que reabram a escola, mas também queremos que nos expliquem porque é que esta escola fechou e outras que tinham menos alunos continuam a funcionar", referiu ao início da manhã Marta Sousa.

Rui Machial, outro dos presentes, destacou o facto de este ano letivo não ter sido encerrada mais nenhuma escola no concelho, isto apesar de várias terem estado sinalizadas: "Não estamos aqui para pedir que as outras escolas fechem, mas também não podemos deixar de dar conta que, em ao de eleições, essas medidas foram suspensas".

Vestidos de preto em sinal de luto e com folhas que colocaram no local em que pedem "igualdade", os manifestantes recordaram ainda argumentos antigos, designadamente o facto de as crianças serem obrigadas a andar de transportes diariamente para irem para a escola de acolhimento, que fica a cerca de cinco quilómetros.

Garantem ainda que a decisão não se traduziu numa poupança, já que é necessário assegurar transportes e alimentação para as 17 crianças.

Na mesa de voto da Erada, concelho da Covilhã, distrito de Castelo Branco, estão inscritos 715 eleitores.

Mais de 9,6 milhões de eleitores são hoje chamados a votar para a escolha de 230 deputados à Assembleia da República, resultado que ditará também a escolha de um futuro Governo.

A estas eleições concorrem 16 forças políticas, das quais três são coligações e as restantes 13 partidos.

Nas coligações contam-se a Coligação Democrática Unitária (CDU), que junta PCP e PEV, a coligação Portugal à Frente, com PSD e CDS-PP, e a coligação Agir, que alia o Movimento Alternativa Socialista (MAS) ao Partido Trabalhista Português (PTP).

Os partidos políticos são o Partido Socialista (PS), Bloco de Esquerda (BE), Livre/Tempo de Avançar, Juntos pelo Povo (JPP), Nós, Cidadãos! (NC), Portugal pro vida, Cidadania e Democracia Cristã (PPV/CDC), Partido da Terra (MPT), Partido Democrático Republicano (PDR), Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), Partido Nacional Renovador (PNR), Partido Unitário dos Reformados Portugueses (PURP), Partido Popular Monárquico (PPM) e Pessoas-Animais-Natureza (PAN).

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Lusa/fim