A opção de adotar o nome "Caminhos Film Festival" é, para o diretor do evento, Vítor Ferreira, um sinal da vontade da organização em "internacionalizar o cinema português", procurando levar o festival "lá para fora", com mostras em outros países.

Apesar de ser "um processo lento", há já a possibilidade de algumas parcerias "no Médio Oriente e na Ásia" para programar mostras deste festival, disse à agência Lusa Vítor Ferreira, acrescentando que o objetivo seria "tentar levar os criadores" e promover, acima de tudo, médias metragens e curtas metragens, bem como documentários produzidos em Portugal.

O festival, que vai para a sua 21.ª edição, realiza-se na sexta-feira e no sábado no Conservatório de Música de Coimbra e de domingo a 04 de dezembro no Teatro Académico de Gil Vicente, contando com mais de 50 filmes, entre animação, documentário, curtas e longas.

Em competição, vai estar a trilogia de Miguel Gomes "As Mil e Uma Noites" (o 2.º volume é o candidato português a uma nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro), o mais recente filme de João Salaviza, "A Montanha", sobre as angústias de um adolescente, o documentário de João Canijo e Anabela Moreira "Portugal - Um dia de cada vez" e a longa "Yvone Kane", de Margarida Cardoso.

Na Seleção Caminhos, que junta obras estreadas desde novembro de 2014, estão também presentes "Capitão Falcão", de João Leitão, "Cinzento e Negro", de Luís Filipe Rocha, o documentário "Irmãos", de Pedro Magano, e as curtas "The last analogue tree", de Jorge Pelicano, e "Bunker", de Sandro Aguilar.

Para além dos 59 filmes na Seleção Caminhos, estarão ainda em competição as obras da Seleção Ensaios (que distingue filmes realizados em contexto académico).

A abertura desta secção a escolas de cinemas internacionais levou a candidaturas de mais de 800 obras "vindas de mais de 80 países".

Para além das duas secções competitivas, o Caminhos tem uma seleção de filmes, que vão passar nas salas de cinema do Forum, sobre o tema da "diáspora", com obras nacionais e estrangeiras que abordam fenómenos migratórios, informou Vítor Ferreira.

Há ainda a secção Caminhos Mundiais, que se foca na produção de um país estrangeiro. Este ano, vai ser dada a conhecer a cinematografia austríaca, com curtas e longas a rodarem no Museu da Ciência.

Na presente edição, os filmes que vão ser exibidos no festival podem ser revistos numa das salas de cinema do Forum, um dia depois da sua presença no Caminhos.

O bilhete geral custa 20 euros para não estudantes e 15 euros para estudantes, desempregados e sócios das duas associações envolvidas na organização - Centro de Estudos Cinematográficos e a Associação de Artes Cinematográficas de Coimbra.

O bilhete para cada sessão custa entre 03 e 04 euros.

O festival começou em 1988 e desde 1997 apresenta edições regulares.

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