Em declarações à agência Lusa, Mário Nogueira disse que vai tentar abordar hoje o Ministério da Educação, de modo a que seja retirada a circular, admitindo recorrer aos tribunais "se não imperar o bom senso".

"Hoje vamos contactar os serviços do Ministério da Educação no sentido de ser retirada esta circular, para serem mantidas as regras com que os professores concorreram e, depois, evidentemente que se isso não acontecer, vamos suscitar o problema junto dos tribunais e apoiar as pessoas", disse hoje à agência Lusa o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.

O Correio da Manhã adiantou na sua edição de domingo que uma circular enviada às escolas na sexta-feira pela Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) poderá retirar tempo de serviço a milhares de professores e obrigar as escolas a recalcularem o tempo de carreira.

De acordo com o jornal, a circular confirma que todos os dias de baixa médica contam para efeitos de carreira e de concursos desde 2007, quando a lei foi alterada -- até então, a partir do 31º dia de baixa não contava.

A circular refere também que, depois da publicação das listas de antiguidade, os docentes só têm um ano para reclamar.

Em declarações hoje à Lusa, Mário Nogueira salientou que esta situação "é injusta, incompreensível" e revela "incompetência por parte do Ministério da Educação".

"Esta circular surge no último dia, no dia em que terminava o prazo de validação das candidaturas. Agora, todas as escolas vão ter de rever o tempo de serviço dos professores", disse.

No entender do responsável, o ministério só conseguiu foi "criar uma grande a confusão".

"Era o último dia do concurso. As pessoas concorreram com o tempo de serviço que é o tempo que a lei estabelece, que tem a ver com situações de doença, com situações em que tendo sido ultrapassados os 30 dias de doença, esse tempo venha a ser recuperado posteriormente e, agora, vem este esclarecimento que obriga à alteração às candidaturas", salientou.

Por isso, a Fenprof decidiu contactar o Ministério da Educação para tentar resolver o problema.

"Independente de na nossa opinião ser ilegal e injusto que tenham retirado tempo às pessoas que não estiveram a trabalhar porque estavam doentes, não há norma nenhuma em concurso público nenhum que possa ser dada a conhecer no último dia e depois de duas semanas de concurso", sublinhou.

A Agência Lusa contactou o Ministério da Educação, que remeteu uma resposta para mais tarde.

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