Em carta dirigida quarta-feira aos seus colegas do ISCTE e de outras universidades e centros de investigaão, aos seus alunos e ex-alunos e àqueles que com ela trabalharam no Ministério da Educação e na Fundação Luso-Americana, e a que agência Lusa teve acesso, Maria de Lurdes Rodrigues refere que o Ministério Público (MP) pediu a sua condenação a pena de prisão, eventualmente suspensa, com pagamento de uma indemnização ao Estado de 200 mil euros, apesar de reconhecer perante o tribunal que "não existiam provas diretas para manter a acusação".

"Entre outros argumentos alegou (o MP) que, embora tivesse ficado provada a inexistência de relações político-partidárias entre mim e João Pedroso, havia indícios de ´relações existenciais´", escreve a ex-ministra, dizendo que tudo isto a leva a concluir que "os preconceitos sobre os políticos, hoje tão fortes em Portugal, em particular os preconceitos sobre os políticos que exerçam cargos governativos, facilitam a instrumentalização das instituições da Justiça nos conflitos político-partidários".