Numa posição conjunta, as duas associações de diretores de escolas públicas (ANDAEP) e (ANDE), refutam quaisquer declarações que, expressa ou implicitamente, "tentem denegrir a imagem de uma escola" que, defendem, "deve merecer o respeito de todos os portugueses", não só pela da formação que lhes tem prestado, mas por acolher todos os alunos, sem discriminações.

Os dirigentes escolares argumentam que as escolas públicas e os seus profissionais não precisam de atacar os estabelecimentos privados para verem o seu trabalho reconhecido.

Face à polémica em torno do corte de financiamento estatal a colégios privados, decidida pelo Ministério da Educação após uma análise da rede escolar, as associações garantem que a escola pública cumpre uma missão, independentemente do número ou das condições dos alunos que recebe, "não visando o lucro, antes cumprindo uma imposição constitucional".

O movimento "Defesa da Escola Ponto", que defende o financiamento estatal de colégios privados, através de contratos de associação, organizou uma manifestação no domingo, em Lisboa, que contou com milhares de pessoas, mobilizadas em vários pontos do país.

Entre as reações e apoios, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, defendeu, em Trás-os-Montes, que nalguns casos possa ser a escola pública a sacrificada, em vez de apenas os colégios privados, por questões que considera ideológicas.

O Estado paga 80.500 euros por ano para financiar cada uma destas turmas no setor privado, estando orçamentada para este ano uma verba total de 139,4 milhões de euros.

A origem destes contratos de associação remonta aos anos 80 quando a escolaridade se desenvolveu sem que a rede pública tivesse ainda capacidade de resposta em todo o país.

No documento conjunto, a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) e a Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) afirmam que agem em nome da escola pública, de todos os profissionais que lhe dão rosto e ainda "do respeito que a mesma merece".

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Lusa/fim