Numa nota de esclarecimento hoje enviada, o Novo Banco adianta que a fase de rescisões por mútuo acordo está "quase terminada" e que, agora, o grupo "tomará as decisões respeitantes à próxima fase do processo de reestruturação".

Considerando que o "ponto de partida [era] uma obrigação de reduzir 1.000 postos de trabalho entre 30 de novembro de 2015 e 31 de dezembro de 2016", a instituição liderada por Stock da Cunha diz acreditar que "o trajeto até aqui percorrido permitirá que um despedimento coletivo, em Portugal, fique claramente abaixo dos 100 trabalhadores".

Na semana passada, o presidente do Novo Banco disse, no parlamento, que o despedimento coletivo na instituição iria abranger cerca de 150 trabalhadores, uma vez que espera que 350 aceitem sair por rescisões amigáveis.

"O processo de rescisão de mútuo acordo em cima da mesa abrange 350 pessoas em Portugal. Face às respostas, posso dizer que para já o número que terá de ser abrangido pelo despedimento coletivo será no máximo de 150. Se perguntam se estou contente, não. (...) Mas é um alívio", afirmou Stock da Cunha aos deputados da Comissão de Trabalho e Segurança Social, na altura.

O responsável recordou que, segundo o plano de reestruturação acordado entre as autoridades portuguesas e a Comissão Europeia, o Novo Banco tem de reduzir em 1.000 pessoas o número de efetivos e de cortar em 150 milhões de euros os custos operativos.

No entanto, como parte significativa já saiu, nomeadamente através de um programa de reformas antecipadas, e a venda de unidades no estrangeiro implicará também a redução de pessoal, faltam efetivamente sair cerca de 500 trabalhadores.

Stock da Cunha sublinhou que o número de trabalhadores que sairão em despedimento coletivo será inferior aos números inicialmente referidos publicamente, acrescentando ainda que a instituição está a levar a cabo este processo de redução de efetivos ao mesmo tempo que corta outros custos.

"Antes de cortarmos em pessoas, cortamos em gastos supérfluos. No ano passado, os custos do Novo Banco baixaram 13% e os custos com pessoal (excluindo reestruturações) baixaram 8%", afirmou Stock da Cunha.

O Novo Banco foi criado no início de agosto de 2014 na sequência da resolução do Banco Espírito Santo (BES) como banco de transição, detido na totalidade pelo Fundo de Resolução bancário. Este tem de ser vendido no máximo até agosto de 2017, depois de a Comissão Europeia ter estendido por um ano a data para a sua alienação.

A instituição teve prejuízos de 980,6 milhões de euros em 2015, justificando mais de metade do prejuízo ainda com o 'legado' do BES. Quanto ao resultado operacional (antes de impostos, imparidades e provisões), esse foi positivo em 125 milhões de euros em 2015.

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