António Costa falava na apresentação aos militantes socialistas de Lisboa, Setúbal e Santarém da sua moção de estratégia ao Congresso Nacional do PS, marcados para os dias 3,4 e 5 de junho, numa intervenção em que se referiu ao teor do mais recente relatório da Comissão Europeia sobre Portugal.

O líder socialista e primeiro-ministro reiterou a tese de que Portugal não necessitará de adotar medidas adicionais para cumprir as metas do défice em 2016 e que a execução orçamental está a correr bem.

De acordo com António Costa, "mesmo na visão cética da Comissão Europeia", com uma previsão de défice de 2,7% para 2016, "a verdade é que tal seria em primeiro lugar um défice abaixo dos três por cento, em segundo lugar seria o melhor défice dos últimos 42 anos e, por último, seria ainda um dos melhores défices de toda a Europa do sul".

"A Comissão Europeia propõe 2,3% de défice em 2016, mas acontece que esse objetivo é menos exigente do que a mesta prevista no Orçamento, que é de 2,2%. Por isso, quando dizem que o Governo vai ter de tomar medidas adicionais então digo que a Comissão Europeia não fala em medidas adicionais", sustentou.

Segundo Costa, o que a Comissão Europeia transmitiu a Portugal é que, a partir das suas previsões de 2,7% de défice, Portugal tem de chegar a 2,3 por cento".

"O que temos a dizer é que sem qualquer nova medida continuamos confiantes que atingiremos um défice de 2,2%.Não precisamos de medidas adicionais para uma meta ainda menos ambiciosa", acrescentou.

Neste ponto do seu discurso dedicado à situação financeira do país, o secretário-geral do PS procurou também colocar em contraponto o presente e a realidade dos últimos quatro anos.

O anterior executivo, na perspetiva do secretário-geral do PS, "depois de ter feito um processo de ajustamento brutal, com cortes nas pensões e nos salários, de aumentos da carga fiscal e encerramento de serviços, o resultado final foi que falhou no objetivo de reduzir o défice abaixo dos três por cento".

"O défice do ano passado foi de 3,2%, ou seja, após quatro anos de tanto esforço e de se querer ir além da ?troika', o resultado foi falhar no objetivo fundamental de reduzir o défice abaixo dos três por cento", declarou, recebendo palmas de centenas de militantes socialistas que o escutavam

Para António Costa, a previsão da Comissão da Europeia "vem confirmar que este ano, pela primeira vez, Portugal terá um défice abaixo dos três por cento, ou seja, 2,7%. É a primeira vez que a Comissão Europeia o prevê - e é uma previsão até pessimista e pouco confiante na ambição do Governo ir mais além", acrescentou.

PMF // JPS

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