"Aquilo que eu espero é que da parte do Governo haja a sensibilidade suficiente para entender que se trata de uma edição com significado especial e que aqui reside em parte a possibilidade de encontrar meios de financiamento para suportar as despesas de deslocação da participação nacional os Jogos Olímpicos" do Rio de Janeiro, observou José Manuel Constantino.

O presidente do organismo olímpico estima que o custo da deslocação da comitiva lusa ao Brasil ascenda a 700.000 euros, pelo que o COP "tem de ser compensado da forma que o Governo entender mais adequada", algo que nem sempre aconteceu no passado relativamente a esta iniciativa.

José Manuel Constantino, que falou após a cerimónia de apresentação das duas moedas comemorativas da participação portuguesa nos Jogos Olímpicos de 2016, na sede do COP, em Lisboa, considerou que o projeto tem o valor simbólico de poder "levar um pouco de Portugal por esse mundo fora".

A primeira moeda, cunhada ainda em 2015, será de coleção, com acabamento em ouro e prata e de valor facial de 2,5 euros, centrando-se na preparação para os Jogos Olímpicos, enquanto a segunda será uma moeda corrente comemorativa de dois euros, a ser colocada em circulação em 2016, alusiva à participação portuguesa no torneio.

Para a artista plástica Joana Vasconcelos, responsável pelo desenho das duas moedas, o projeto conjunto do COP e da Imprensa Nacional-Casa da Moeda representou "um grande desafio", até porque implicou ter de trabalhar a uma escala muito mais pequena da que está habituada.

"Resolvi fazer uma moeda olímpica que é constituída por duas partes, prata e ouro, normalmente, as medalhas que se ganham neste tipo de eventos, que se unem para formar um todo. Na moeda de uso corrente resolvi colocar o coração de Viana, que é um símbolo tradicional português, mas também uma obra minha e que simboliza o amor pelos nossos desportistas", explicou a artista.

As 10 medalhas conquistadas pelos atletas portugueses nos Jogos Europeus, em Baku, levou José Manuel Constantino considerar que se tratou de um "sinal positivo", mas o dirigente olímpico lembrou que os Jogos Olímpicos "são uma competição de natureza completamente distinta" e que os resultados não são transponíveis.

O triatleta João Silva, que obteve a primeira medalha de Portugal nos Jogos Europeus, concordou que "são duas competições bastante diferentes", ainda que a prata conquistada em Baku constitua um "estímulo bastante importante" a um ano do início dos Jogos Olímpicos.

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