Nascido no Brasil, em 1951, Licínio de Azevedo está ligado ao cinema de Moçambique, desde os anos 1970, onde vive e tem feito "uma obra profundamente enraizada na realidade moçambicana, no rasto da guerra pela independência do país e subsequente guerra civil", afirma a Cinemateca.

Licínio de Azevedo, que finaliza em Portugal o mais recente projeto, "Comboio de sal e açúcar", coprodução luso-moçambicana, estará na Cinemateca para apresentar muitos dos filmes desta retrospetiva, que se estende até 30 de dezembro.

Serão mais de vinte filmes, entre curtas e longas-metragens, entre documentário e ficção, destacando-se, na quarta-feira, "A colheita do diabo", um dos primeiros filmes que rodou, em 1988, com a participação de ex-combatentes da Frelimo, e também "Desobediência" (2002), rodado em vídeo com não atores, que será exibido no dia 28.

O programa contará ainda com o filme "Licínio de Azevedo - Crónicas de Moçambique", de Margarida Cardoso, no qual o cineasta evoca o seu percurso no jornalismo, na literatura e no cinema.

Licínio de Azevedo, que percorreu a América Latina como jornalista, viveu em Portugal e na Guiné-Bissau, antes de chegar a Moçambique, onde trabalhou com Ruy Guerra, Luís Carlos Patraquim, Jean Rouch e Jean-Luc Godard.

O cinema de Licínio de Azevedo "simultaneamente incide em questões prementes da vivência moçambicana e nas suas 'histórias comunitárias'; revela a natureza contemporânea da sociedade moçambicana; centra-se inúmeras vezes em figuras e personagens femininas; vive da ancestralidade da cultura africana", lê-se na programação.

Toda a programação dedicada a Licínio de Azevedo pode ser consultada em http://www.cinemateca.pt.

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Lusa/fim