Este ato eleitoral, que se realiza entre as 8:00 e as 19:00, regista um recorde de candidaturas, mais duas que nas últimas legislativas no arquipélago que se realizaram em 2011, que contou com a participação de nove forças políticas (PSD, PS, CDS, CDU, BE, MPT, PND PTP, PAN), das quais apenas os bloquistas ficaram de fora do parlamento madeirense.

Hoje, o eleitorado madeirense tem de escolher os seus representantes no parlamento insular entre 11 concorrentes, sendo oito partidos (PSD, CDS, PND, PCTP/MRPP, BE, JPP, PNR e MAS) e três coligações: Mudança (PS/MPT/PTP/PAN), Plataforma de Cidadãos (PPM/PDA) e CDU (PCP/PEV).

Um dos aspetos marcantes deste ato eleitoral é o facto do PSD/Madeira, o partido maioritário na região desde o surgimento do regime democrático, não apresentar o seu cabeça de lista de sempre, Alberto João Jardim, que foi o líder durante quatro décadas e venceu todas as legislativas que se realizaram neste território depois do 25 de Abril.

Miguel Albuquerque é o novo presidente do partido, eleito na segunda volta das eleições internas do PSD/Madeira de 29 de dezembro, e que foi durante anos o responsável da vereação da Câmara do Funchal.

Considerado durante muitos anos um dos delfins de Jardim, Albuquerque entrou em rota de colisão com o líder, acabando por ser o seu sucessor, sem contar com o seu apoio.

Foi esta sucessão que levou Alberto João Jardim a apresentar o pedido de exoneração do cargo de presidente do Governo Regional, provocando a realização destas eleições antecipadas.

Em 2007, Jardim também se demitiu do cargo por divergências do foro financeiro com o então primeiro-ministro socialista, José Sócrates em torno da revisão da Lei de Finanças Regionais.

No sufrágio de hoje também se estreiam o Juntos Pelo Povo (JPP), um movimento de cidadãos que surgiu na freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz [município vizinho do Funchal a Este], que passou a governar depois de derrotar o PSD nas últimas autárquicas e agora se constituiu em partido para "estender o projeto político a toda a região".

Igualmente, pela primeira vez concorrem na Madeira o Movimento Alternativa Socialista (MAS), o Partido Nacional Renovador (PNR) e as coligações Plataforma de Cidadãos 'Nós Conseguimos' (PPM/PDA) e Mudança desta vez composta pelo PS, PTP, MPT e PAN.

Na história das eleições legislativas regionais, o PS também decidiu pela primeira vez abdicar de apresentar-se ao eleitorado com listas próprias, surgindo apoiado por outros partidos das oposição com representação parlamentar.

Nas últimas eleições regionais (outubro de 2011), o PSD manteve a sua posição de partido mais votado na região, embora tivesse obtido um dos seus piores resultados, com 48,56% (71.556) dos votos, o que permitiu eleger 25 deputados, apenas dois acima do limiar da maioria absoluta, perdendo cerca de 20 mil votos em relação ao sufrágio anterior (2007).

O CDS/PP-Madeira alcançou 17,6% e elegeu nove deputados, tornando-se o segundo maior partido do arquipélago e arredou o PS/M para a terceira posição ao ficar com seis deputados ao obter 11,5%.

O PTP (6,8%) conseguiu a proeza de eleger um grupo parlamentar com três elementos e o PAN (2,1%) também passou a ocupar um lugar no parlamento insular, enquanto o PND (3,2%), o MPT (1,9%) e a CDU (3,7%) mantiveram a sua representação na ALM, tendo um deputado cada.

AMB // SMA

Lusa/fim