"Falamos na possibilidade de deixar os bancos portugueses concorrer, mas não deixaram porque disseram que tinha havido ajudas de Estado há pouco tempo", afirmou Ricardo Mourinho Félix na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.

Questionado pela deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua sobre se o Estado português "pagou ao Santander para ficar com o banco", o governante disse que "o preço da venda e as suas condições em contexto de resolução são negociados pela autoridade de resolução", ou seja, o Banco de Portugal.

Sobre o lucro de 283 milhões de euros pela compra do Banif registados nas contas do grupo financeiro espanhol Santander, Mourinho Félix considerou que "tudo isso é um lucro nocional".

E destacou: "O lucro ou prejuízo que o Santander vai ter com esta operação só se vai saber daqui a um tempo razoável".

O responsável vincou que só será saber exatamente o impacto da compra do Banif nas contas do Santander, caso o banco decida revelar exatamente o preço a que comprou cada ativo.

Esta questão ganha relevância numa altura em que já se iniciou o segundo processo de venda do Novo Banco e em que alguns bancos portugueses já manifestaram publicamente interesse em estudar a operação, como fez recentemente o BCP, desde que Bruxelas o autorize.

Em causa estão as ajudas estatais recebidas pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), o BCP, o BPI e o Banif, que, nalguns casos ainda não foram totalmente devolvidas.

DN/PPF // JPS

Lusa/fim