"A empresa Manuel Serra S.A., detentora da marca, está certificada pelas mais relevantes normas internacionais, tais como a International Featured Standards (IFS), o que implica um rigoroso controlo na entrada de matéria-prima, no controlo do processo produtivo e na manutenção de amostras de todos os lotes produzidos", adiantou em comunicado enviado à Lusa.

A Proteste Brasil -- Associação de Consumidores testou 19 marcas de azeite extra virgem e descobriu que quatro são uma mistura de óleos refinados, entre as quais se encontram, alegadamente, três de origem portuguesa.

A notícia, avançada hoje pela TSF, refere que o Brasil compra azeite falsificado como sendo português, indicando que a Proteste brasileira detetou pelo menos três marcas portuguesas adulteradas ou contendo informação errada no rótulo, nomeadamente a Beirão, Figueira da Foz e Tradição.

De acordo com a TSF, duas marcas são falsificações, enquanto a outra é azeite virgem vendido como extra virgem. As marcas falsificadas dizem no rótulo que se trata de "azeite português", mas são engarrafadas no Brasil e podem ter outra origem.

A empresa explicou que a Beirão foi desclassificada na prova organolética e, como já foi referido pela secretária-geral da Casa do Azeite de Portugal, Mariana Matos, tal pode significar que as condições de armazenamento não foram as adequadas.

"A Manuel Serra S.A. poderá demonstrar que todos os fornecimentos realizados para o Brasil, da marca Beirão, se encontravam em perfeitas condições de comercialização e cumpriam todos os requisitos legais", salientou.

O laboratório interno da empresa, acreditado pelo Ministério de Agricultura do Brasil, testa todos os azeites enviados para esse mercado, "o que significa que o lote analisado não constitui uma exceção", sustentou a firma.

E esclareceu: "a análise laboratorial realizada corresponde ao esperado para um azeite virgem extra, tendo falhado somente a prova organolética/sensorial".

A Manuel Serra revelou que não lhe foi dado o direito de realizar nenhuma contra-análise sensorial e que, à data, não conhece as condições de recolha e de acondicionamento das amostras, os laboratórios onde foram realizadas as análises e nem o painel de especialistas a que recorreram para a realização da prova.

Comercializada há mais de uma década no Brasil, a Beirão entende que contribui para a promoção do azeite português.

SYF (RCP) // MSP

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