"Vamos ter mais meios porque se perspetiva uma maior afluência de banhistas às praias. Vai avançar a partir do dia 15 o projeto "Praia Segura", com mais militares da Marinha que irão patrulhar a pé as próprias praias, com maior incidência nas não vigiadas", disse Nuno Leitão, porta-voz da Autoridade Marítima Nacional, à agência Lusa.

Os meios estão "todos garantidos" e "está tudo preparado" para iniciar a época balnear na maioria das praias, a partir de segunda-feira, disse o responsável.

O dispositivo é ainda composto por 28 embarcações salva-vidas, entre outros navios da Marinha, 18 motos quatro, 4100 nadadores-salvadores e 28 viaturas destinadas ao patrulhamento de praias não vigiadas, as quais integram o projeto "Sea Watch" e foram hoje apresentadas na praia da Ribeira d'Ilhas, concelho de Mafra, numa cerimónia presidida pelo ministro da Defesa.

Em 2014, foram registados sete mortos durante a época balnear.

"Tivemos um caso mortal, numa praia vigiada, de um homem, com mais de 80 anos, que teve uma paragem cardíaca, e seis casos em praias não vigiadas. Como pode constatar continuam a ser as praias não vigiadas que vitimizam mais pessoas porque não têm vigilância e daí este projeto ser uma mais-valia", sublinhou Nuno Leitão.

O ministro da Defesa, Pedro Aguiar-Branco, sublinhou a importância destes veículos "para salvar vidas humanas e para a economia", ao explicar que os turistas procuram praias com mais segurança balnear.

Os 28 veículos, equipados com equipamento de emergência, material de salvamento aquático e prancha de salvamento, vão ser distribuídos pelas várias capitanias do país. Aveiro e Cascais vão receber, cada uma, enquanto a de Tavira não vai receber.

"Estas carrinhas estão alocadas aos locais de afluência de banhistas em áreas não vigiadas, de maior perigosidade e de falta de acessibilidade de outros meios que não têm estas caraterísticas para conseguirem fazer a evacuação de pessoas acidentadas", justificou o porta-voz da Autoridade Marítima.

As carrinhas correspondem a um investimento de 350 mil euros por uma empresa privada que é parceira do projeto.

"Há 30 anos, o Instituto de Socorros a Náufragos confrontava-se com 50 mortos por ano e houve que encontrar uma solução para fazer face a este problema", sublinhou o almirante Luís Macieira Fragoso, da Autoridade Marítima Nacional, acrescentando que há cinco anos existiam apenas 14 veículos.

Portugal possui 350 quilómetros de praias não vigiadas e 250 de praias vigiadas.

Por ano são formados 2500 nadadores-salvadores, existindo 7500 disponíveis a serem contratados.

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