A fonte do Gabinete de Comunicação do Centro Hospitalar de Setúbal adiantou à agência Lusa que o homem "está em situação estável e não corre risco de vida".

O alegado homicida, "um português de 77 anos", que se encontrava no interior de uma residência, foi detido no sábado pela GNR e transportado para o Hospital de Setúbal, com ferimentos, após tentar suicidar-se, de acordo com fonte da Guarda.

O tenente-coronel Jorge Goulão, do Comando Territorial de Setúbal da GNR, adiantou hoje à Lusa que "ainda estão a ser apuradas as causas" do tiroteio, acrescentando que a investigação do caso passou para a alçada da Polícia Judiciária de Setúbal.

"A situação no local ficou estável no sábado, após a remoção dos corpos", adiantou.

Segundo a fonte da GNR, assim que o alegado homicida tiver alta do hospital vai ser ouvido em primeiro interrogatório judicial para aplicação de eventuais medidas de coação.

A Lusa tentou contactar a Polícia Judiciária de Setúbal mas não conseguiu obter mais esclarecimentos sobre o caso.

Vizinhos e amigos das vítimas do tiroteio estavam no sábado chocados com o sucedido, mas admitiram que o alegado autor dos disparos já tinha ameaçado fazê-lo.

Em declarações à agência Lusa, alguns vizinhos de uma das vítimas e do alegado autor dos disparos manifestaram-se chocados com o crime, mas revelaram a existência de algumas desavenças entre ambos.

"Aquilo que sabemos é que o senhor Rogério [autor dos disparos] já tinha ameaçado o vizinho de que o matava a ele e à família se o cão não deixasse de fazer barulho, mas nunca nos passou pela cabeça que o fizesse mesmo", referiu uma vizinha, que não se quis identificar.

A GNR foi alertada para o tiroteio, numa rua na Quinta do Conde, por volta das 17:00 de sábado, tendo mobilizado várias patrulhas para o local.

Quando chegaram, segundo o tenente-coronel Jorge Goulão, do Comando Territorial de Setúbal, os militares encontraram "um indivíduo já cadáver e outro ferido", ambos "baleados com tiros de caçadeira".

Essa vítima mortal é um elemento da PSP, fora de serviço, que ouviu tiros e foi abatido quando se dirigiu ao local, revelou à Lusa o presidente do Sindicato Nacional de Polícia (SINAPOL), Armando Ferreira.

Quando os militares da GNR tentavam socorrer o ferido, o jovem de 23 anos, sem que o alegado autor do tiroteio fosse visível na zona, um tiro de caçadeira disparado do interior de uma residência "baleou mortalmente" um GNR, de 25 anos, do Comando Territorial de Setúbal.

O jovem de 23 anos viria a falecer posteriormente no Hospital de São Bernardo, para onde tinha sido transportado em estado grave.

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