"Todos os incêndios inspiram cuidados, nomeadamente o de Arganil, que tem algumas localidades a serem ameaçadas pelo incêndio, e o incêndio na Lousã porque é aquele que tem um número mais elevado de operacionais: 791 neste momento", explicou à agência Lusa o comandante Paulo Santos da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

O incêndio que lavra na Sertã desde domingo e que está também a ameaçar as localidades de Casal Novo e Gaspacha, está a ser combatido por 225 operacionais apoiados por 69 meios.

O fogo de Arganil, que deflagrou no domingo, está a ser combatido por 203 operacionais apoiados por 66 meios, indicava à 01:15 a página da internet da Proteção Civil.

"Há a perspetiva de nas próximas horas o cenário ficar mais aliviado, mas isso está a tardar, pois a chuva faz-se sentir sobretudo nos distritos de Lisboa, Leiria e Santarém. Ainda não chegou aos outros distritos afetados [pelos fogos]", afirmou o responsável da ANPC.

Segundo a página da internet da Proteção Civil, os 12 principais incêndios e os que mobilizam mais operacionais e mais meios em Portugal continental registam-se nos distritos da Guarda (5 incêndios), Coimbra (3 incêndios), Viseu (2 incêndios), Castelo Branco e Aveiro (1 incêndio cada).

Estes 12 incêndios mobilizavam 2.259 operacionais à 01:30.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 36 mortos, sete desaparecidos e 62 feridos, dos quais 15 graves, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.

Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou 64 mortos e mais de 250 feridos.

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