Dois peixes com mais de 30 anos, uma tartaruga-bobo com 17 anos, e uma otária da África do Sul que está no espaço há 25 anos são alguns dos animais que se encontram no Aquário Vasco da Gama, inaugurado em 1898 no concelho de Oeiras.

Na área da fauna marinha portuguesa, há também douradas, corvinas e robalos com dimensões muito maiores do que geralmente estas espécies atingem na natureza. Alguns dos espécimes têm mais de sete quilos.

"A manutenção permanente e muito cuidada de todos os aquários e de todas as espécies" é a chave para a longevidade dos animais, nomeadamente tendo atenção à temperatura e qualidade da água, iluminação, tipo de solo e alimentação que as espécies encontrariam no seu habitat natural, disse à agência Lusa a chefe do Serviço Educativo e de Divulgação Cultural, Paula Leandro.

Seguindo a visita guiada do Aquário Vasco da Gama, os primeiros animais que se podem encontrar são os peixes.

O peixe-gatilho é azul-escuro e pertence à classe dos peixes tropicais de água salgada.

Já o peixe-cão, alaranjado, pertence à fauna marinha portuguesa. O exemplar que habita o espaço "foi resgatado ao largo dos Açores e tem a particularidade de ter nascido fêmea e ter mudado de género quando atingiu a idade adulta", disse Paula Leandro.

Numa das salas centrais está a tartaruga-bobo, a mais nova deste grupo. Atualmente com 17 anos, mede 80 centímetros e pesa 90 quilos.

"Foi resgatada em 1998 de uma lota, onde estava ilegalmente, porque pertence a uma espécie ameaçada, e o objetivo é libertá-la na natureza quando estiver pronta. Por estas razões não pode ser batizada", explicou a responsável.

Por último, encontramos a Olívia, uma otária recuperada na África do Sul. Chegou a Portugal em 1990 e tem mais de 25 anos.

Vivia no aquário com o Vitinho, o macho da mesma espécie, que morreu no ano passado, com 27 anos, longevidade acima da média para estes animais, segundo a instituição.

Nas cinco salas do aquário, encontramos mais de 350 espécies de animais marinhos vivos, provenientes de várias regiões do globo, nomeadamente zonas tropicais, zonas temperadas, e também de água doce e salgada.

O Aquário Vasco da Gama é também constituído por um museu, onde se pode encontrar a coleção oceanográfica do rei D. Carlos, à qual foi sendo acrescentada a coleção do museu. Atualmente, conta com mais de sete mil exemplares de animais, de mil espécies diferentes.

Os animais são conservados pela equipa do aquário de três formas diferentes, antes de irem para a exposição.

"Alguns animais estão conservados em meio líquido, e depois existem outros que são naturalizados, ou seja, são montados com a própria pele, como é o caso das focas, das aves, ou de alguns peixes", explicou à Lusa Paula Leandro, acrescentando que, primeiro "é feito um manequim, e depois esse manequim é vestido com a pele, que é previamente tratada".

"Existe ainda a técnica da dermoplástica, em que é produzido um molde a partir do animal, que depois é preenchido com fibra de vidro e resinas sintéticas e transforma-se numa réplica, que, depois de pintada, é igual, em estrutura e dimensão, ao animal enquanto era vivo", adiantou.

O Aquário Vasco da Gama, que pertence à Marinha portuguesa, recebe uma média de 50 mil visitantes por ano, sendo que as escolas representam cerca de 35% das visitas.

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