A apresentação do álbum, que completa a trilogia iniciada em 2007, com "Tempus", está marcada para sábado, às 21:30, no Cine Teatro de Almeirim, encerrando o Festival Guitarra d'Alma, organizado por Custódio Castelo, e que se iniciou no passado dia 21, naquela vila ribatejana.

No concerto, em que são apresentados todos os temas do álbum, além de Custódio Castelo, participam os músicos Jorge Fernando e Pedro Ladeira.

Em declarações à Lusa, Custódio Castelo afirmou que a guitarra "Siamesa" é "onde a guitarra de Lisboa é unida pela mesma caixa de ressonância à guitarra de Coimbra", um instrumento que foi construído por Óscar Cardoso.

O álbum assinala os 25 anos de carreira do músico e compositor, que acompanhou entre outras vozes, as dos fadistas Maria da Fé, Cristina Branco, Margarida Guerreiro, Carlos do Carmo, Jorge Fernando e Cristina Maria.

Segundo o músico, este novo CD, "assume a dignidade e a maturidade de uma carreira de 25 anos" e aponta musicalmente "para um minimalismo de processos de composição onde 'menos é mais'".

O músico gravou o álbum com o seu quinteto, constituído por Carlos Menezes no contrabaixo, Carlos Leitão na guitarra clássica, Rui Gonçalves na bateria e Pedro Ladeira no clarinete.

"A tentativa foi expressar a torrente de sentimentos inspirados na planície e no suave ondular das cearas, cujo sussurro do vento constituiu o alimento espiritual deste álbum", disse o músico à Lusa.

"Abrangente, aberto, de espírito livre e com a segurança de um longo percurso", é como Custódio Castelo define "Maturus", no qual sente que se libertou totalmente, como disse à Lusa, e "alarga o espetro musical até ao horizonte, temperado por passagens e transições harmoniosas do fado, para além da fusão de estilos e géneros musicais autenticados pelos convidados que participaram neste trabalho".

Além de Custódio Castelo (siamesa) e do seu quinteto, a gravação do álbum contou com a participação de Rão Kyao (flautas bambu), José Filomeno Raimundo (piano), Jorge Fernando (viola), José Andrade (Hamond) e Miguel Carvalhinho (guitarra clássica de 10 cordas) e Carlos Menezes, que toca além de contrabaixo, o baixo elétrico.

Um dos temas é um cante alentejano, de autoria, letra e música, de Castelo, "Só tenho vida meu amor, quando eu te vejo", que "nos leva a viajar nas cores de um pôr-do-sol alentejano", explicou o autor à Lusa.

Custódio Castelo arrecadou o Prémio Amália Rodrigues para Melhor Instrumentista de Fado, em 2010.

Em 2004, depois de ter sofrido uma rutura de ligamentos no ombro direito, reuniu alguns amigos, "em forma de despedida da sua guitarra", e gravou o álbum "Tempus".

Em 2012 o guitarrista voltou a estúdio e gravou "Inventus", acompanhado de Carlos Menezes, no contrabaixo, e Carlos Garcia, na guitarra clássica, músicos que fazem parte do Trio de Custódio Castelo, entre outras participações.

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