"Os Estados Unidos condenam a morte hedionda do cidadão e jornalista japonês Kenji Goto pelo grupo terrorista EI", declarou o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em comunicado, manifestando a sua solidariedade para com o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, e para com o povo japonês.

O grupo radical Estado Islâmico divulgou, este sábado, um vídeo em que mostra a decapitação de Kenji Goto, capturado na Síria em outubro último, o segundo refém japonês executado no intervalo de uma semana.

O Presidente francês, François Hollande, também expressou a sua solidariedade para com o Japão, realçando que Paris e Tóquio vão continuar a trabalhar juntos pela paz no Médio Oriente e para eliminar os grupos terroristas", após condenar o "brutal assassínio", segundo um comunicado divulgado pelo Eliseu.

Londres descreveu o ato de "horrendo". "Condeno veementemente aquilo que parece ser o assassínio desprezível e horrendo de Kenji Goto", afirmou o primeiro-ministro britânico também citado num comunicado oficial.

"Trata-se de um novo lembrete de que o EI é a personificação do mal, sem respeito pela vida humana", afirmou David Cameron.

Antes, na primeira reação ao anúncio, o primeiro-ministro japonês afirmou estar "muito irritado" e prometeu que não se irá vergar diante do terrorismo. "É um ato de terrorismo desprezível, horrível, em relação ao qual estou muito irritado", disse aos jornalistas Shinzo Abe, visivelmente emocionado, acrescentando que o Japão não abdicará de lutar contra um "terrorismo inaceitável".

Depois de múltiplas mensagens ameaçando executar os reféns nos últimos dias, o Estado Islâmico divulgou, este sábado, um vídeo em que mostra a decapitação de Kenji Goto.

Nas imagens, vê-se o jornalista de joelhos, vestido com um fato cor de laranja, enquanto um homem encapuzado, de pé, atrás dele, empunha uma faca e responsabiliza o Governo japonês pela sua chacina.

O vídeo, cuja autenticidade ainda não foi confirmada, termina com a imagem do corpo deitado do japonês e a cabeça atrás.

No início da semana, os 'jihadistas' anunciaram que tinham executado um outro refém nipónico, Haruna Yukawa, o qual fora sequestrado em meados de agosto do ano passado, quando alegadamente facultava apoio logístico a um grupo rebelde implicado na guerra civil síria e rival do EI.

O novo vídeo do EI não faz qualquer menção ao piloto jordano Maaz al-Kassasbeh, feito refém a 24 de dezembro depois de o seu avião, um F-16 da Força Aérea da Jordânia, ter caído na região de Raqqa, no norte da Síria, que também ameaçou executar.

Além dos dois japoneses, o Estado Islâmico reivindicou, desde agosto, ter executado cinco reféns ocidentais: três norte-americanos e dois britânicos.

Desde então, os Estados Unidos e os membros da coligação internacional montada para combater o EI lançaram centenas de raides aéreos contra posições dos extremistas do EI no Iraque e na Síria.

Segundo os cálculos do Pentágono, os ataques resultaram na morte de 6.000 combatentes islamitas de um universo de entre 20.000 e 30.000 milicianos.

DM (JH/SCA/CSJ) // DM.

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