"Se estivéssemos a ter esta conversa daqui a dez anos, poderíamos não estar sentados em Washington. Estaríamos na nossa sede central em Pequim", afirmou Lagarde, numa conferência no centro de estudos Center for Global Development, na capital dos Estados Unidos.

Lagarde afirmou que a mudança é "uma possibilidade", já que os estatutos do FMI referem que a sede da instituição deve estar instalada na maior economia do mundo.

No entanto, a francesa afirmou que para que isso aconteça, a China deve cumprir "os compromissos" de abertura e maior transparência do seu sistema financeiro.

A sede do FMI, organismo criado em 1944, encontra-se desde a fundação em Washington. Os Estados Unidos contam atualmente com a maior percentagem de votos na instituição, o que implica o direito de veto.

O crescente peso das economias emergentes, sobretudo da China, aumentou a pressão sobre o FMI para que dê mais voz a estes países, como reconhecimento da sua cada vez maior influência global.

A China é a segunda maior economia do mundo, a seguir aos Estados Unidos, e nas últimas três décadas cresceu a um ritmo de quase 10% ao ano, num "milagre" sem precedentes na História moderna.

Os economistas esperam que o Produto Interno Bruto chinês supere o dos Estados Unidos ao longo da próxima década.

Em outubro passado, a moeda chinesa, o renminbi, aderiu formalmente ao cabaz de moedas do FMI, um instrumento criado pela instituição com a finalidade de permitir liquidez aos países-membros.

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