Ki-moon disse ao ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Meylut Cavusoglu, durante um telefonema, que "provas credíveis" devem ser apresentadas rapidamente para que o estado legal dos detidos possa ser determinado por um tribunal.

Mais de 15.000 pessoas, incluindo militares, foram detidos durante a "limpeza maciça" que se seguiu à tentativa falhada de golpe a 15 de julho, sendo que 8.000 continuam sob custódia.

Hoje, as autoridades turcas, através de mandados de prisão, detiveram dezenas de jornalistas, incluindo 47 antigos funcionários do jornal 'Zaman Daily'.

Durante a sua conversa com o ministro Cavusoglu, Ban Ki-moon mostrou-se "preocupado com os relatos de maus tratos e abusos de alguns dos detidos que se encontram sob custódia e as suas condições de detenção, ressaltando a sua profunda apreensão com as inúmeras prisões, detenções e suspensões", disse o porta-voz do secretário-geral, Farhan Haq.

"Evidências claras sobre aqueles que estão a ser investigados devem ser apresentadas ao sistema judicial para que a determinação legal seja feita em tribunais", acrescentou.

O chefe da ONU disse que, embora reconheça as "circunstâncias extraordinárias que o país atravessa após a tentativa de golpe" esperava que a Turquia respeita-se os direitos fundamentais e que aderisse as obrigações internacionais.

Ban mencionou, diversas vezes, que a Turquia precisa de respeitar a liberdade de expressão.

O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, alertou para a repressão e a purga desencadeada após o golpe de Estado falhado.

Ki-moon disse "acreditar que o Governo e as pessoas da Turquia vão transformar este momento de incerteza num momento de união, preservando a democracia do país", disse o porta-voz.

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