O também argumentista, cronista e comentador vai partilhar a mesa "Mixórdia de temáticas", com a argumentista e escritora Tati Bernardi, e lançar no Brasil o seu novo livro, "A Doença, o Sofrimento e a Morte Entram num Bar - Uma Espécie de Manual de Escrita Humorística", a publicar em junho pela Tinta-da-China, antecipando a edição em Portugal, de acordo com a editora.

Segundo a programação do festival, anunciada hoje, "a bielorrussa Svetlana Alexievitch marca a presença inédita de uma autora recém-premiada com o [Prémio] Nobel" da Literatura, atribuído no ano passado pelas extensas reportagens da autora, que sobrepõem longos depoimentos escritos na primeira pessoa.

O curador da Flip2016, Paulo Werneck, disse que a mesa de abertura do festival, a 29 de junho, contará com o poeta Armando Freitas Filho e o cineasta Walter Carvalho, que vai exibir um documentário durante a festa, e Mauro Munhoz, o diretor-presidente da Associação Casa Azul, entidade que organiza o festival, prometeu "fazer mais com menos", este ano, durante a sessão de apresentação, hoje realizada.

A edição deste ano presta homenagem à poetisa Ana Cristina Cesar (1952-83), ou Ana C., como assinou, que "foi uma observadora atenta de documentários de escritores, algo que ela inclusive estudou", adiantou a organização.

A mesa que reúne as escritoras Annita Costa Malufe, Marília Garcia e Laura Liuzzi, herdeiras diretas de Ana C., "reforça o compromisso da Flip com a poesia", lê-se também na informação divulgada hoje, pela organização, na rede social Twitter.

Quanto ao encontro entre o refugiado sírio Abud Said e a jornalista Patrícia Campos Mello, intitulado "Síria, mon amour", foi definido pelo curador, Paulo Werneck, como "uma declaração de amor à Síria".

O responsável da organização Nomade Francisco Careri e a arquiteta Lúcia Leitão vão falar sobre "Cidades Refletidas", na mesa respetiva, para pôr em diálogo a caminhada, a arquitetura e a psicanálise, enquanto os repórteres Caco Barcellos, do Brasil, e o britânico Misha Glenny vão estar na mesa "Os olhos da rua", para discutir o papel essencial do jornalismo, nos dias de hoje.

Dois autores estrangeiros com visão aprofundada do Brasil, o norte-americano Benjamin Moser, conhecido como o primeiro biógrafo internacional de Clarice Lispector, e o historiador britânico Kenneth Maxwell, também marcarão presença, assim como o escritor norueguês Karl Ove Knausgårdq, autor da série "A minha luta", que irá falar sobre a sua prosa memorialística, de caráter autobiográfico, reconhecida mundialmente.

Na faixa de escrita erótica, na mesa "Sexografias", vão estar a jornalista peruana Gabriela Wiener e a paulistana Juliana Frank.

O psicanalista brasileiro Christian Dunker e a ensaísta argentina Paula Sibilia levam para a Flip "interrogações sobre a sala de aula, os seus desafios e potenciais", enquanto "o fluminense Leonardo Fróes", poeta, tradutor, jornalista, naturalista e crítico literário brasileiro, "celebra uma carreira grandiosa, de quase 50 anos de poesia e tradução literária", avançou a organização.

Na mesa "O falcão e a fénix", a escritora britânica Helen MacDonald e a poetisa brasileira Maria Esther Maciel tratam de luto e representação de animais na literatura.

O festival destacará também a ficção latino-americana do mexicano Álvaro Enrigue e do mineiro Marcílio França Castro, e reunirá ainda o médico Henry Marsh, a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, o romancista holandês Arthur Japin e o artista plástico Guto Lacaz, em torno da literatura.

No cartaz do evento constam também o norte-americano Bill Clegg, o galês Irvine Welsh, a mexicana Valeria Luiselli, a inglesa Kate Tempest e os brasileiros Heloisa Buarque de Hollanda, Ramon Nunes Melo, Sérgio Alcides, Vilma Arêa e J.P Cuenca.

Para finalizar o festival, a FLIP, que se realiza desde 2003, terá a tradicional mesa "Livro de Cabeceira", em que autores convidados leem trechos de suas obras favoritas.

ANYN // MAG

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