"A questão nacional é que, para o bom funcionamento das nossas instituições, para que o país não perca mais tempo, possa desenvolver-se, reformar-se e colocar-se numa trajetória que nos leve à sustentabilidade económica daqui a 15 ou 20 anos, é fundamental que, em 2016, o próximo Presidente da Republica não tenha uma agenda que seja deitar abaixo o governo, opor-se ao governo ou dificultar a agenda de trabalho do governo que vai até 2018", afirmou Patrice Trovoada, líder da Ação Democrática Independente (ADI).

Numa mensagem evocativa da eleição, há um ano, o primeiro-ministro disse também que não tenciona ser candidato a Presidente da República, alegando que ainda há muito por fazer.

"Depois de um ano de trabalho eu não posso virar as costas ao compromisso com o povo, eu tenho que continuar o meu trabalho" como chefe de governo, disse Patrice Trovoada.

Nos últimos meses, o chefe do executivo são-tomense tem-se multiplicado em inaugurações, lançamento de obras e presença em fóruns e atividades nacionais, mas o governante nega que isso indique que se quer candidatar a chefe de Estado.

"Embora algumas pessoas pensam que é jogada, a política não é bisca é matéria séria e os homens políticos têm que ter palavra, têm que ter postura", salientou Trovoada.

"Muita gente acredita que Patrice Trovoada será candidato, eu posso dizer mil vezes que eu não serei candidato, mesmo assim acham que eu serei candidato", explicou.

O primeiro-ministro são-tomense manifesta-se, entretanto preocupado com quem poderá ser o próximo Presidente da República.

Sublinha o "aumento da confiança" dos são-tomenses no projeto do seu partido e não se mostra disponível para conviver com um futuro Presidente que "pode bloquear, atrasar, dificultar a ação do governo".

"Eu creio que o povo não pode dar a esse governo um Presidente da República que seja opositor, isso não é possível", advertiu o chefe do executivo são-tomense.

Patrice Trovoada diz que esse assunto "está a preocupar a ADI".

Para o primeiro-ministro, "essa questão tem que ficar bem clara" e que o seu partido vai apoiar um candidato próprio às presidenciais.

"É preciso que o governo possa continuar o seu trabalho com credibilidade, com o apoio dos organismos internacionais, com estabilidade que é aquilo que os investidores privados exigem para colocar o seu dinheiro no nosso país", explicou.

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