Francisco Indeque disse que, por ordens do diretor-geral da TGB, Daniel Barros, desde dezembro que tem sido impedido de trabalhar e prometeu avançar com uma queixa-crime contra o responsável.

"Fui surpreendido com uma guia de marcha, no dia 07 de dezembro, que me mandava ir para Presidência da República como assessor de imprensa, como jornalista, coisa que não sou", observou Indeque que foi operador de câmara na Presidência entre 2010 a 2014.

O próprio admitiu que ainda continua a receber salário na Presidência da República embora esteja a trabalhar como operador de câmara na TGB, onde é funcionário efetivo, disse.

Na opinião de Francisco Indeque, a intenção da direção da televisão é obrigá-lo a regressar à Presidência para abandonar as suas atividades sindicais na TGB.

"O meu exercício sindical, se calhar, está a incomodar alguém na televisão", declarou Indeque.

Afirmou que o diretor-geral da TGB ao mesmo tempo em que emitiu um comunicado a interditá-lo de exercer funções enquanto operador de câmara da televisão instou os trabalhadores a procederem à mudança da direção do sindicato de base.

"O documento diz que a televisão está a ser prejudicada pela minha ação sindical", reforçou Francisco Indeque, funcionário da TGB há mais de 30 anos, que tem liderado ondas de greves nos últimos meses exigindo melhorias de condições de trabalho.

Além de presidente do sindicato de base da televisão, Indeque é também líder da confederação de sindicatos dos outros órgãos de comunicação social públicos, nomeadamente rádio, jornal e agência noticiosa da Guiné-Bissau.

Contactado pela Lusa, o diretor-geral da única televisão na Guiné-Bissau, Daniel Barros, disse que não pretende comentar as declarações de Francisco Indeque, e que deixou essa missão ao assessor jurídico da estação que, disse, irá falar no dia e local apropriados.

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