Schulz disse ainda que "é perfeitamente compreensível que os partidos populistas em toda a Europa tentem aproveitar-se ao máximo do êxito do Syriza", mas a realidade é que "a Espanha ou qualquer país europeu não pode ser comparado com a Grécia".

Na entrevista publicada hoje pelo jornal espanhol, Schulz referiu também a possibilidade da vitória do Syriza na Grécia favorecer partidos como o Podemos, em Espanha.

Indicou ainda que "cada país é diferente" e que a economia espanhola está a mostrar sinais de crescimento e as suas finanças estão "sob controlo".

"Não há troika na Espanha", afirmou, apesar de reconhecer também os problemas sociais que ainda acontecem nas classes baixa e média, citando o desemprego, que continua "inaceitavelmente alto" e os "desalojamentos forçados", sem uma política de habitação adequada, além dos casos de corrupção.

Sobre a Grécia, afirma que, depois da visita que realizou na quinta-feira a Atenas, tem rezões para ser "moderadamente otimista" porque, apesar da situação difícil, acredita que "há espaço para um compromisso".

Qualificou de "aberta, franca e respeitosa" a reunião que manteve com o novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, com quem esteve de acordo sobre as principais preocupações: as reformas estruturais, como a luta contra a evasão fiscal e a fraude.

"A minha impressão foi que Tsipras está de acordo com o fato de ser chefe de Governo, com a responsabilidade de todo o país, é outra coisa do que ser líder de um partido da oposição. Só um compromisso permitirá alcançar resultados", disse ainda.

O novo primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, inicia hoje a sua primeira ronda europeia que vai passar por Chipre, Itália e França.

Tsipras, que tomou posse como primeiro-ministro na passada segunda-feira, após a vitória nas eleições legislativas de 25 de janeiro do seu partido, o Syriza, irá encontrar-se na terça-feira em Roma com o seu homólogo italiano Matteo Renzi.

Um dia depois, na quarta-feira, o novo primeiro-ministro grego estará em Paris, onde será recebido pelo Presidente francês, François Hollande.

Antes de Roma e Paris, Alexis Tsipras passa por Chipre, que tradicionalmente é sempre a primeira deslocação oficial ao estrangeiro de um primeiro-ministro grego.

A ronda europeia de Tsipras vai ser precedida por um périplo do ministro das Finanças grego, Ianis Varoufakis, por várias capitais europeias: Londres, Paris e Roma.

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