"Temos de reforçar o combate sem tréguas contra a corrupção que corrói as instituições. Não pode existir qualquer dúvida: o combate à corrupção é o mais urgente e vital de todos os desafios", referiu.

Filipe Nyusi falava no discurso de abertura do 11.º congresso da Frelimo em que defendeu que a luta deve começar no seio dos militantes para se alcançar "tolerância zero" para atos corruptos, "em qualquer posição ou qualquer circunstância", dos órgãos locais aos centrais do partido e do Estado.

"Este congresso tem que afirmar que esses abusos não podem ficar impunes, não pode haver tolerância para ilegalidades", sublinhou.

"A Frelimo não pode permitir que se fechem os olhos a estes abusos para que o nosso próprio prestígio não seja posto em causa", acrescentou.

A luta contra a corrupção é destacada numa altura em que Moçambique tenta resolver um dos maiores escândalos financeiros da sua história.

O país tenta descobrir para onde foram dois mil milhões de euros de dívida oculta contraída pelo Governo de Armando Guebuza entre 2013 e 2014, à revelia do parlamento e parceiros internacionais.

O rombo nas contas públicas e na credibilidade do Estado perante credores internacionais afundou o país numa crise de que ainda tenta sair.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu uma auditoria que aponta para o facto de as empresas estatais que contraíram a dívida terem servido de fachada para receberem empréstimos, entre outras ilegalidades, indiciando diversas pessoas e entidades, mas sem revelar nomes.

De acordo com a empresa auditora, os responsáveis estatais recusaram-se a prestar informações alegando sigilo relacionado com assuntos de segurança de Estado.

A PGR ainda não anunciou qualquer diligência subsequente.

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