Numa mensagem por ocasião do Dia da Mulher Cabo-Verdiana, que hoje se celebra no arquipélago, Jorge Carlos Fonseca salientou que, nos últimos 40 anos, tantos quantos os de independência, registaram-se avanços notáveis na promoção dos direitos humanos e da dignidade das mulheres na participação plena e igualitária na sociedade.

Nesse "longo caminho", acrescentou, Cabo Verde "orgulha-se" sobretudo no que respeita à participação e sucesso escolar das meninas e mulheres em todos os níveis de ensino, à qualidade da saúde e ao desempenho em áreas profissionais tradicionalmente consideradas como território masculino.

Segundo Jorge Carlos Fonseca, os indicadores sobre a situação da Mulher em Cabo Verde são "animadores", mas "estão longe de deixar o país satisfeito", pois permanecem, ainda, muitos desafios, entre eles o da erradicação da violência baseada no género, em que as mulheres são principais vítimas.

Falta também, sublinhou, melhor integração das mulheres no mercado de trabalho, incrementar a participação política e reconhecer as desigualdades de género na divisão do trabalho, factos "agravados" pela inexistência de um sistema de cuidados e de mecanismos de conciliação entre a vida familiar e profissional.

Para Jorge Carlos Fonseca, tem de se combater ainda os estereótipos de género e promover as mudanças de atitudes e práticas a nível comunitário e lutar pela contínua diminuição do índice de pobreza, que afeta maioritariamente as mulheres.

"Vinte anos após a importante Conferência de Pequim, que definiu a igualdade de género como uma realidade em 2015, temos ainda muito trabalho pela frente para acabar com os preconceitos que continuam a condicionar o desenvolvimento justo e igual de todas as pessoas", destacou.

"O meu forte apelo é para que sejam tomadas medidas adequadas e sólidas para melhorar o nível de crescimento inclusivo, a produtividade e competitividade das nossas economias, direcionadas para as micro, pequenas e médias empresas na economia informal e no setor rural, onde se destaca a presença maioritária das mulheres", disse.

Segundo o presidente cabo-verdiano, todos - pessoas, organizações empresariais, representantes do patronato e organizações sindicais, associações profissionais - devem envolver-se nessa luta, pois, quanto maior a participação das mulheres na economia e nas sociedades, maior o nível de crescimento económico e de desenvolvimento.

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