A posição foi transmitida em entrevista à agência Lusa por Eugénio Clemente, aludindo aos "elevados custos" da promoção do turismo e da elaboração, por exemplo, de planos de marketing. Isto tendo em conta, por outro lado, os diferentes e vários espaços turísticos de Angola, como os identificados em 2014 na eleição das sete maravilhas naturais do país.

"Hoje, visitar Kalandula [quedas de água, uma das maravilhas de Angola], quem chega entra e sai e não deixa nada, tem que deixar. Temos de pensar numa portagem para Kalandula, numa portagem para Tundavala [fenda, a 2.000 metros de altitude]. Não me sai da cabeça a ideia de um dia termos uma portagem para quem entra na ilha de Luanda, que é uma zona turística de grande valência", afirma o diretor-geral do Infotur.

O setor do Turismo em Angola emprega atualmente cerca de 192.000 trabalhadores e já representa mais de 530 mil visitas anuais. Numa estratégia de diversificação da economia, que continua dependente das exportações de petróleo, e das suas receitas, a meta do executivo angolano passa por atingir um milhão de trabalhadores e 4,7 milhões de turistas (acumulado) até 2020.

Contudo, para esse objetivo, recorda Eugénio Clemente, é necessário "começar a pensar nas receitas para o Turismo" e para o seu desenvolvimento e promoção internacional, mas também para resolver algumas lacunas.

"Esses recursos é que vão permitir capitalizar as grandes tarefas que o setor do Turismo tem", apontou o diretor do Infotur, entidade pública responsável pela promoção turística do país.

Além de taxar os principais pontos de visita turística - apenas sugerida -, Eugénio Clemente defende que parte das receitas dos jogos de fortuna e azar em Angola também podiam ser canalizadas para o Turismo.

"Não estamos a inventar nada, estamos a fazer aquilo que outros fizeram para ser sucesso", apontou, recordando que Angola conta atualmente com 180 unidades hoteleiras de várias dimensões, totalizando cerca de 8.000 camas.

As Sete Maravilhas naturais de Angola foram anunciadas em maio de 2014 e entre estes locais figuram a fenda da Tundavala e as quedas de Kalandula, duas das mais conhecidas internacionalmente, nas províncias da Huíla e Malanje, respetivamente.

As quedas de Kalandula são a designação pós-independência de Angola dada às quedas do Duque de Bragança, como eram designadas no período colonial e que são a seguir às de Victoria, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabué, as segundas maiores de África.

As restantes cinco maravilhas são a floresta do Maiombe, em Cabinda, as grutas do Nzenzo, no Uíge, a lagoa Carumbo, na Lunda Norte, o morro do Môco, no Huambo e as quedas do Rio Chiumbe, na Lunda Sul.

PVJ // PJA

Lusa/Fim