Segundo a agência de notícias France Presse, que cita a direção da Polícia Militar, o suspeito, cuja identidade não foi revelada, foi levado para a esquadra para ser interrogado, enquanto a polícia continuava a operação na favela São José Operário (zona Oeste), à procura também de droga e carros roubados.

A violação da adolescente por mais de 30 homens no Rio de Janeiro consternou o Brasil e desencadeou uma série de condenações nas redes sociais, incluindo da Presidente com mandato suspenso, Dilma Rousseff, e do Governo interino.

Segundo as declarações da jovem, ela foi violada por 33 homens armados, que depois publicaram nas redes sociais vídeos e fotos do crime. A violação terá ocorrido entre sábado e domingo da semana passada, mas só chegou ao conhecimento público na quarta-feira.

"Aqueles que cometeram este crime hediondo serão encontrados, presos e condenados", prometeu, na sexta-feira, o ministro da Justiça, Alexandre de Morais, em conferência de imprensa.

No entanto, nesse mesmo dia, a polícia acabou por libertar três dos suspeitos, tendo o comissário encarregado do caso, Alessandro Thiers, justificado que a investigação ainda estava a decorrer com vista a determinar se a jovem teria ou não consentido, se estava ou não drogada e se os factos tinham efetivamente ocorrido.

O advogado da jovem pediu a substituição imediata do comissário, denunciando que ele chegou a perguntar à adolescente se ela costumava participar em orgias, adianta o site G1 Globo.

Entretanto, foram organizadas várias manifestações públicas de apoio à jovem, que decorreram na sexta-feira, tanto no Rio de Janeiro, como em São Paulo.

"Meu corpo não é para você" ou "Eu gosto de decotes, mas isso não é um convite à violação" eram algumas das frases que podiam ser lidas entre mensagens empunhadas por centenas de manifestantes.

A France Presse refere que a jovem de 16 anos foi descrita pela imprensa brasileira como sendo uma toxicodependente.

A adolescente é mãe de uma criança de três anos e, segundo a família, foi vítima de um ato de vingança por parte de um namorado que a atraiu para uma armadilha, drogou e violou e depois a deixou com o grupo de mais de 30 homens para realizarem a violação em grupo.

O caso abriu um debate no Brasil sobre a chamada "cultura da violação" e provocou numerosas críticas, dentro e fora das redes sociais, contra a "sociedade machista".

De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é violada a cada 11 minutos no país e, em 2014, 47.636 pessoas sofreram uma agressão sexual.

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