"Gostaríamos que a empresa funcionasse em pleno, mas acreditamos que ela faz parte do esforço do Governo em poder implementar o plano estratégico de desenvolvimento da pescaria do atum. Temos a informações que em 2019 vai funcionar", referiu a diretora geral-adjunta da Administração Nacional das Pescas, Estela Mausse, citada pela Agência de Informação de Moçambique (AIM).

Sobre a pesca registada este ano, "a quantidade alcançada está muito aquém do potencial das 200 mil toneladas das águas moçambicanas e que levaram a conceção do projeto da Ematum", nota a AIM.

A Ematum é uma das empresas estatais envolvidas no escândalo das dívidas ocultas no valor de dois mil milhões de dólares, descobertas em 2016 e em que o destino do dinheiro continua por apurar.

A firma usou o dinheiro para a compra de 24 atuneiros, mas a sua atividade foi considerada inviável numa auditoria internacional pedida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que mantém em aberto uma investigação ao caso.

O primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, anunciou em abril que a Ematum tinha dado origem a uma nova firma, a Tunamar, em parceria com a empresa norte-americana Frontier Service Group (FSG), para assegurar a operacionalização total dos barcos da firma pública ainda este ano.

A Ematum e o presidente da FSG, Erik Prince, assinaram em dezembro do ano passado, em Maputo, um acordo de parceria, para a viabilização da empresa moçambicana.

Estela Mausse referiu que, outra forma de fazer com que pesca de atum tenha um maior impacto na economia dos países do sudeste do oceano Índico, passa pela revisão das taxas de licença de pesca.

"Nós estabelecemos que, no mínimo, as frotas estrangeiras que queiram licenciar para qualquer país do sudeste do Oceano Índico devem pagar uma taxa mínima de 50 mil dólares", disse, considerando que os valores cobrados atualmente são muito baixos.

Segundo dados oficiais, em Moçambique, 60% da população que vive no litoral tem na pesca a sua principal atividade.

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