A lei foi aprovada pelos deputados da maioria governamental, por 156 votos contra 104.

Durante uma sessão tumultuosa, os partidos da oposição qualificaram o decreto de "anticonstitucional" e acusaram o Governo de arrastar as negociações com os credores -- União Europeia e Fundo Monetário Internacional --, arriscando colocar os cofres públicos "num impasse".

A medida aprovada pretende cobrir "as necessidades urgentes do Estado, que se elevam a três mil milhões de euros para os próximos 15 dias", estipula-se no decreto.

Esta transferência obrigatória das reservas financeiras de cerca de 1.400 entidades públicas, como hospitais ou universidades e coletividades locais, deverá elevar-se a 1,5 mil milhões de euros, segundo as estimativas governamentais, mas o diário Kathimerini assegurou na sexta-feira que a medida apenas renderia 400 milhões de euros.

O anúncio desta medida no início da semana provocou a ira da oposição e dos representantes dos organismos afetados, designadamente das autoridades locais, que acusaram o Governo de interferir na gestão dos seus fundos, apesar de a Constituição garantir a sua independência.

A Grécia está com dificuldades de financiamento devido à estagnação das negociações com os seus credores e à não transferência da última tranche, no montante de 7,2 mil milhões de euros, do empréstimo.

Depois de dois meses de negociações, a reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro, realizada em Riga, não concluiu com qualquer acordo.

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